O cachorro Jhon e o ratinho Ray

Era uma vez um cachorro chamado Jhon que vivia em um sítio com seu dono Gabriel. Jhon era um cachorro muito fiel e obediente, que sempre protegia o sítio dos intrusos e ajudava nas tarefas. Ele gostava de correr pelos campos, brincar com os outros animais e dormir na varanda.

Um dia, enquanto Jhon estava dormindo, ele sentiu algo mexendo em seu pelo. Ele abriu os olhos e viu um ratinho cinza com um rabo longo e um nariz pontudo. Era Ray, um rato que morava no celeiro e que adorava explorar o sítio.

- O que você está fazendo aqui? - perguntou Jhon, surpreso e irritado.

- Desculpe, senhor cachorro, eu só queria ver como era o seu pelo. É tão macio e quentinho! - respondeu Ray, assustado e envergonhado.

- Você não tem medo de mim? Eu sou um cachorro, e os cachorros caçam os ratos! - disse Jhon, rosnando.

- Eu sei, eu sei, mas eu não sou um rato comum. Eu sou um rato curioso e aventureiro, que gosta de conhecer coisas novas. Eu não quero fazer mal a ninguém, só quero me divertir. - explicou Ray, tentando se defender.

- Pois você deveria ter medo, porque eu vou te pegar e te devorar! - ameaçou Jhon, levantando-se e preparando-se para atacar.

- Por favor, não faça isso! Eu sou seu amigo, eu não sou seu inimigo! - implorou Ray, correndo e se escondendo atrás de uma lata.

- Amigo? Você não é meu amigo, você é um intruso, um ladrão, um parasita! Você vive roubando a comida do celeiro, sujando o sítio e incomodando os outros animais! Você não merece minha amizade, você merece minha fúria! - gritou Jhon, avançando em direção à lata.

- Espere, espere, vamos conversar! Eu posso te provar que eu sou seu amigo, que eu posso te ajudar, que eu posso te fazer feliz! - propôs Ray, saindo da lata e se aproximando de Jhon.

- Como você pode me ajudar? Como você pode me fazer feliz? Você é um rato, e os ratos não servem para nada, só para serem comidos! - retrucou Jhon, desconfiado e impaciente.

- Eu posso te contar histórias, te ensinar truques, te mostrar lugares, te fazer rir, te fazer companhia! Eu sou um rato, mas eu sou um rato especial, um rato diferente, um rato amigo! - argumentou Ray, sorrindo e piscando.

- Histórias? Truques? Lugares? Rir? Companhia? O que é isso? Eu nunca ouvi falar disso. Eu só sei obedecer, proteger, ajudar, correr, brincar, dormir. Eu sou um cachorro, e os cachorros não precisam de nada disso, só de comida, água, carinho e trabalho! - afirmou Jhon, confuso e curioso.

- Pois você está perdendo muita coisa, senhor cachorro. Você está perdendo a magia da vida, a beleza do mundo, a alegria do coração. Você está vivendo como um escravo, não como um amigo. Você está seguindo ordens, não seguindo sonhos. Você está sendo um cachorro, não sendo você mesmo. - disse Ray, comovido e sincero.

- Você está falando sério? Você está me dizendo a verdade? Você não está me enganando, me iludindo, me trapaceando? - perguntou Jhon, surpreso e interessado.

- Eu estou falando sério, eu estou dizendo a verdade, eu não estou te enganando, te iludindo, te trapaceando. Eu estou te oferecendo uma chance, uma oportunidade, um presente. Eu estou te convidando para ser meu amigo, meu parceiro, meu irmão. Eu estou te pedindo para ser feliz, ser livre, ser você mesmo. - respondeu Ray, animado e esperançoso.

- Eu não sei, eu não sei, eu não sei. Eu nunca fiz isso antes, eu nunca pensei nisso antes, eu nunca quis isso antes. Eu tenho medo, eu tenho dúvida, eu tenho receio. Eu não sei se posso, eu não sei se devo, eu não sei se quero. - hesitou Jhon, dividido e indeciso.

- Não tenha medo, não tenha dúvida, não tenha receio. Você pode, você deve, você quer. Você só precisa tentar, você só precisa confiar, você só precisa aceitar. Você vai ver, você vai sentir, você vai gostar. Você vai ser feliz, você vai ser livre, você vai ser você mesmo. - encorajou Ray, confiante e otimista.

- Está bem, está bem, está bem. Eu vou tentar, eu vou confiar, eu vou aceitar. Eu vou ver, eu vou sentir, eu vou gostar. Eu vou ser feliz, eu vou ser livre, eu vou ser eu mesmo. Eu vou ser seu amigo, seu parceiro, seu irmão. - concordou Jhon, corajoso e decidido.

E assim, o cachorro Jhon e o ratinho Ray se tornaram amigos, parceiros, irmãos. Eles passaram a se contar histórias, se ensinar truques, se mostrar lugares, se fazer rir, se fazer companhia. Eles passaram a se respeitar, se entender, se apoiar. Eles passaram a se divertir, se aventurar, se sonhar. Eles passaram a ser felizes, ser livres, ser eles mesmos.

E essa é a história do cachorro Jhon e do ratinho Ray, uma história de amizade, de diferença, de mudança. Uma história que nos ensina que não importa o que somos, o que fazemos, o que temos. O que importa é o que sentimos, o que queremos, o que somos. O que importa é ser feliz, ser livre, ser nós mesmos.

Fim.