O MONSTRO DA LAGOA ENCANTADA DA CHAPADA DE ARARIPE CEARENSE!
O monstro da lagoa encantada da chapada do Araripe cearense, também conhecida entre os devotos do padre Cícero como serra do padre Cícero Romão Batista do juazeiro do norte.
Era uma vez há muitos anos atrás na chapada do Araripe, um exímio caçador de caititu, foi caçar caititu encontrou com o monstro da chapada do Araripe, o terror dos caçadores, e uma vasta planície fica situada na divisa dos estados de ceará, Pernambuco e Piauí, nesta região só tem água na época do inverno, fora do inverno não tem água nessas regiões, só água armazenada em pequenos barreiros, que seca logo após o inverno, fica tudo seco, as águas das chuvas se infiltrarem no solo amarelo e abastecem os Aquíferos da bacia do Araripe, que abastecem as nascentes do pé da serra, os animais que vivem nestas regiões, têm que descer até as nascentes existentes no pé da serra, para beberem água e depois voltam novamente para o planalto da serra. Era bem comum encontrar entre estes animais, caititu todo sujo de lama em pleno o sol do meio dia, o que intrigava os caçadores de caititu da região, esses caçadores se embreavam na serra atrás dos caititus e não voltava mais para suas casas, o que leva crer que se perdiam e não encontravam o caminho de casa.
Diante desses desaparecimentos surgiu a lenda de que existia na região um monstro que capturava caçadores de caititu. O caçador Antônio Theodoro comprou a ideia e resolveu se vingar-se do monstro da serra do Araripe, que já tinha sumido com vários amigos dele, ele achava que os amigos tinham sido devorados pelas onças da região, não sabia que as onças não tinham nada haver com os sumiços dos seus amigos.
Lá é o habitat das onças suçuarana, jaguatirica, o gato mourisco, gato maracajá, veado catingueiro, caititu, pássaros como a zabelê, o jacu, de várias espécies, tem uma fauna bem diversificada, riquíssima em Biodiversidade.
Entre todas as espécies da fauna da chapada da Araripe, a preferência dos caçadores sempre foi o caititu, que eram caçados sem piedade, com espingardas e como algumas pessoas não tinham arma de fogo, era comum utilizarem-se de armadilhas, laços ou gaiolas estavam sempre em ação espalhados pelo planalto da serra. O fato de os caititus estarem sempre sujos de uma lama amarela e às vezes vermelha, sempre intrigava um caçador especifico que ficava curioso com esse fato, pois conhecia bem toda região e não sabia onde o animalzinho se banhava. O caçador começou a investigar de onde vinha àquela lama nos caititu, um dia saiu para caçar e falou para a sua esposa “hoje vou me embrear na serra, só volto para casa com a minha curiosidade saciada”.
-“homem deixa de curiosidade e muito perigoso se embrenhar na mata Sozinho, você já se esqueceu dos nossos compadres que foram caçar e nunca mais voltaram”?
-“Entre as águas e o céu existem muitos mistérios nem tudo poderemos saber, Nessa serra não e diferente. Muitos que teimaram em desvendar aos mistérios se foram para nunca mais voltar”.
Ele respondeu “Eu não terei descanso enquanto não desvendar este mistério e encontrar os nossos compadres amigos tragados pelo monstro da lagoa encantada”
Ele arrumou seu embornal com rapadura, farinha, um pedaço de carne seca bem generosa, e uma cabaça cheia de água e um facão bem afiado. No dia seguinte bem cedinho, partiu em busca da sua curiosidade. Embreou-se na mata e em um determinado trecho de mata atlântica, no sétimo dia de caminhada resolveu fazer um acampamento com ramas, limpou bem em volta do seu acampamento. Tinha uma copaíba conhecida pela população da região de pau de óleo, bem frondosa, ele subiu até a copa da árvore para ver toda extensão da serra, queria ver se avistava alguma lagoa na vastidão da serra. Permaneceu durante parte do dia em cima da árvore, ora parecia avistar água, ao mesmo tempo em que achava que estava vendo miragem. Nos sete dias seguintes ele subiu todos os dias na árvore, no último dia às seis horas o sol já estava brilhando no horizonte sem nenhuma nuvem no céu, o firmamento estava azul celeste, ele subiu novamente na árvore e finalmente avistou uma grande lagoa, que não estava muito distante “ finalmente vou descobrir os mistérios desta serra”.
Desceu rapidamente da árvore, juntou seus apetrechos e se embreou de mata adentro, até chegar à lagoa, deixou pistas para voltar novamente à sucupira, onde havia acampado, ele percebeu que aquela Lagoa tinha alguns mistérios.
Era uma lindíssima lagoa, com as bordas vermelhas, água azul esverdeada como uma pedra esmeralda, o contraste do vermelho com o azul formava um visual impressionante, era um visual simplesmente deslumbrante, o caçador de caititu passava o dia todo contemplando a lagoa observando os animais, os pássaros, ainda pensou em mudar o acampamento para a margem, mas desistiu com medo de encontrar onças, durante o dia elas não vinham beber água, mas a noite elas vinham as margem da lagoa e Lá ficava cheia de pegadas das onças. O caçador achou melhor não se ariscar, pois poderia virar comida das onças, ficava até as dezessete horas e retornava para o acampamento, pela manhã retornava e ficava caminhando em volta da lagoa observando as pegada da bicharada, depois de vários dias caminhando em volta da lagoa ele percebeu que as pegadas dos animais estavam sempre cheia de água, “como poderia ter água nos rastros dos animais”?
Era como se os animais tivessem saído das águas, cada dia ele ficava mais intrigado, até que em uma manhã ensolarada resolveu adentra nas misteriosas águas, para observar mais de perto, depois de nadar alguns metros encontrou uma pedra, subiu nela e ficou contemplando a imensidão da lagoa, quando menos esperava um monstro saltou em cima dele, não teve como se livrar do mostro, que no passe de mágica o carregou para o fundo da lagoa, aquilo era como se fosse um sonho, depois de vários minutos o monstro adentrou em uma caverna, toda decorada com esqueletos humano, o pavor foi tanto que ele já imaginou seu esqueleto juntos as centenas daqueles esqueletos, era um grande salão esculpido pela natureza, o monstro o colocou sentado em uma pedra em forma de cadeira, olhou para todos os lados e não viu como sair daquele lugar tenebroso, o monstro se aproximou e lhe disse “ aqui estão seus amigos que queria me matar, farei com você o que fiz com eles, vou abrir sua cabeça e comer seus miolos, deu uma assombrosa gargalhada.
Para a sorte do caçador de caititu, tinha mais sete presos na fila para o monstro comer os miolos, ele comia os miolos e o resto do corpo ela alimentava a fauna existentes na caverna, ele tentava se desvencilhar, mas era impossível, era como se estivesse colado na cadeira, olhou para os lados e só via caveiras, as onças vinham cheirar, o monstro olhava para elas todas se afastavam, era como ele falasse essa presa é minha, elas se comunicavam só pelo olhar.
Após muito tempo, não sei se desmaiei o se dormi,voltei a minha consciência presencie uma cena dantesca, o monstro sentado em volta de pedra em forma de mesa, sete caititu com as cabeças abertas, o monstro comendo os cérebros deles, e as onças só olhando, depois que se saciou deu ordem para que as onças comecem ai foi que olhei para os esqueletos e percebi que todos tinham suas cabeças abertas, era um cenário horripilante, já me vi com a cabeça aberta, fechei os olhos e chamei pelo meu padrinho padre Cícero, valei-me meu padrinho Cícero, por caridade me tira daqui, deste lugar tenebroso, adormeci e não vi mais nada, quando acordei estava em frente a estátua do padre Cícero Romão Batista, acendendo vela para o meu santo padrinho Cícero do juazeiro do norte, agora não sei se esta história realmente aconteceu mesmo comigo, ou se foi um sonho ou se foi um grande pesadelo, ufa estou vivo novamente. Será?
Este conto foi escrito inspirado nas histórias que minha saudosa titia santinha nos contava, eu tinha sete anos quando comecei prestar muito atenção nas suas histórias, ela não se casou, tinha os sobrinhos como se fossem seus filhos, dificilmente ela repetia uma história, acho que ela criava na hora, suas história.
Os sobrinhos chamavam nossa titia santinha para contar as história, eu, meus irmãos e os primos quando não estávamos trabalhando na roça, íamos para casa dos meus saudosos avós, pedir para que nossa tia contasse histórias para nós, ela nos falava que estava precisando de lenha e milho para a criação, se fossemos buscar comida para as criações ela faria pipoca no caco e fubá de milho torrado e socado no pilão. Ela torrava o milho em uma panela de barro, não usava óleo, ela fritava as pipocas na areia, a gente pegava a areia no riachinho que passava perto da casa do meu avô, era preparado na areia quente, depois socava no pilão com rapadura, era uma espécie de paçoca de milho, a gente se dividia em dois grupo, uns iam buscar lenha e o outro ia busca milho seco na roça.
Ela não sabia ler nem escrever, porém criava muitas histórias maravilhosas, com os diversos personagens fantásticos como o papa miolos que só se alimentava com o cérebro dos animais, o furungé, o cachorro calar, e tantos outros.
HOMENAGEM PÓSTA A MINHA QUERIDA TITIA SANTINHA!
Foram encontradas várias ossadas de dinossauros, terossauros, peixes e plantas. O parque geológico do Araripe hoje é um polo turístico, que recebe cientistas do mundo todo.