O VELHO REGATO

Estava eu; perambulando sem rumo pela densa floresta, não sei bem como fui parar ali, mas com certeza me perdi, ou já estava perdido e nem dei conta disto, parecia ser por volta de umas 15:00 horas da tarde, pois o sol se encontrava centralizado no céu, ou o que sobrava dele ao olhar para o alto na densa mata.

Já estava com sede e fome, então comecei a tentar escutar um pouco mais, para tentar ouvir algum som de corredeira ou qualquer barulho de água que abastasse a sede, se pelo menos encontra-se alguém, ou alguma tribo que me acolhesse, sentiria seguro.

Meu maior medo era a escuridão que a algumas horas iria se aproximar.

Foi quando para meu espanto encontrei um senhor ou ele me encontrou, parecia um velho homem; ao lado de um pequeno regato, e pelos trajes surrados por muito tempo parecia viver ali.

Estava eu tão desesperado que corri com as mãos abertas para beber a água quando o mesmo interpelou.

Era uma água de cor esverdeada, foi só depois que pude perceber.

Indaguei então porque a negativa de beber a água, se ela estaria contaminada ou algo assim, mas ele disse que não.

Pegou um minúsculo pedaço de bambu preencheu com um pouco daquela água e me deu.

Eu de certa forma ri, pois aquilo ali não mataria minha sede, mas ele disse que o excesso dela sim poderia matar.

Disse que o excesso de tudo que era o próprio veneno.

Eu então o respeitei, talvez pela a idade avançada ou pelo tom de sua voz.

Após beber a água algo estranho me aconteceu, parecia ver as coisas com um brilho maior, as cores mais acentuadas, algo se descortinando ali na minha frente.

Senti também muitas dores, e era no corpo inteiro, vi ali que parecia ter tomado algum tipo de veneno ou algo assim.

Ele disse que aquela floresta era encantada e aquela era o elixir da revelação.

Percebi então toda minha fraqueza e insignificância perante o mundo.

Ele disse que aquela água era a a mais antiga água, e que era mesma que nascera ao pé da macieira do primeiro jardim.

Ele disse que os primeiros habitantes da terra se sentiam superiores e imortais e ao comerem do fruto encharcado por está mesma água descobriram a sua fragilidade, tiveram então o entendimento da humildade e de serem amparados por por um único yahweh.

Após beber o líquido e ouvi aquelas palavras eu despertei.

Foi aí que percebi que tive um sonho estranho, mas realizador, me mostrou a minha medíocre vaidade, pareceu acontecer um tipo de encontro místico, como se eu tivesse visto um anjo com um recado enviado de Deus.

( Do meu livro: Textos Avulsos)

( Autor: George Loez)

George Loez
Enviado por George Loez em 22/09/2023
Código do texto: T7891595
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