PEREGRINOS EM PROCURA DA VERDADE

O mundo é diverso. As gentes percorrem seus multiplos caminhos, também, nessa exuberante variedade de pasmar, de pasmar mesmo. Não podemos quantificar, concretizar ou imaginar devidamente a mesma.

E magicamente essa infinita beleza, não nos abruma. Parece íntima, parte da vida.

Existe, pois, gente. Existem caminhos. E, daí existirem caminhantes.

Existem grupos que trilham sua senda, de preferência, com seu fogo: são ardentes, espontâneos, entusiásticos; alguns mesmo românticos. E ainda há, por cima, muitos que aparentam autossuficientes.

No lado escondido dos seus olhares, nesse interior bem guardado, que aprofundas quando deitas alem das pupilas sol, tua mirada: existe todavia, gente, que com seu fogo queima aos outros. Gente que nem desce o amor a quem passa, devagar, a seu lado. Simplesmente lançam seu fogo e queimam, tudo; ao tempo que, por reflaçao, se inflamam, por sua vez, a si mesmos.

Pois existe gente que emprega seu vigor, para dominar aos outros. Com eles, a sombra adensa nas veias, e o mundo se torna um bocado mais autoritário, intolerante e fanático, a cada dia que pasa. Mesmo que a luz solar tente apagar, com seu radiante fulgor, todas as humanas desgraças - Existe um fogo, que sempre arde... Ele, de sua força, nao é culpado. Mas nós devemos interpretar, como utilizar o calor: para a morte da verdura ou para a carícia das almas...

Outros que marcham com ritmo dispar, mais que para andar, gostam viajar com o vento da tarde (particular e discretamente). São abertos, objetivos, receptivos e idealistas. Tendem a mão com a palavra: que normalmente costuma ser quente - como uma carícia deitada na face, desde os lábios de uma criança.

No entanto, estão também aqueles trazem, com eles, todas as ruins tempestades: são frios, distantes, e semeiam a discórdia arrogante, com seu senso pouco prático de tentar concretizar seu mundo, invadindo, locais de outras pátrias.

Na terra estão, aqueles, que gostam menos de incitar a marchar; de despedir-se da raiz que amam. Estes têm prudência no olhar, e por princípio analisar com realismo, cada uma das suas eleitas, que quase sempre tendem a ser práticas e, por isso, normalmente bem realizavéis. Entre eles, existem, no entanto, aqueles demasiado insensíveis e, muito materialistas, que não sabem dar-se na ajuda a seus necesitados semelhantes.

Por outros rios, navegam, os que são como mares: intuitivos, sensíveis e profundos. Em ocasiões perdem-se olhando para lua; mas, não por acaso, em certas situações suas emoções os abalam. De estes outros, alguns são indecisos e autoindulgentes. Mas mesmo assim focados em sua aprendizagem.

Entre, todos estes ramos, da inesgotável árvore da vida, vão-se criando os poderosos braços coletivos, que em algum momento, a todos nos elevaram ao céu, de onde certamente vimos; a pesar de nao lembrarmo-nos. Cada quem devera chegar, pelo seu marcado, realizado, escolhido caminho. E, finalmente, ao se juntar; ali onde não há mais sentido para marcar o limite na distância: a essência comum, onde todos serão fundidos, pela Alta Graça.

Por enquanto, caminhar, ainda é, a parte mais bela, dura, íngreme, satisfatória e substanciosa do nosso preciso, provocado destino, de amor e penitencia. Não existe meta, não insistas; somente um longo, espiralado, diurno e noturno caminho... Podes, parar por um tempo a refletir: mas nao te demores, o horizonte, acaba de abrir uma janela para levar aos indecisos, aquele paraíso, que há séculos, milenios, tu procuras... Aproveita a ocasiao, esta porta, somente se vai abrir, para alguém que, pelo extreito caminho, sem reparar, em excesso, continue... a procura do seu eu - O verdadeiro.