UM VOO MATINAL
Numa manhã de maio, uma abelhinha, em seu voo matinal, a procura de alimento, do alto observou uma cena que a deixou preocupada. Por algum tempo, esqueceu que sairá para recolhes o néctar de flores e o guardar em sua bolsa, vesícula melífera. Depois, voltando à colmeia e o néctar passar de abelha para abelha. Ao vê-la cabisbaixa, a abelha operária mais velha, perguntou-lhe:
– O que aconteceu que voltaste tão pensativa?
– Enquanto sobrevoava em um jardim, vi crianças e adultos dormindo ao relento, deitados em mantas e colchões espedaçados. Isso é muito cruel!
– É! Nós somos os únicos insetos que produzem alimentos que os humanos consomem.
– O mundo dos insetos, dos animais e dos humanos é muito diferente. No nosso, são as fêmeas que trabalham; no dos animais, depende da espécie e, nos dos humanos, conforme a classe social, alguns começam muito cedo para sobreviver.
– Isso, além de tristeza, deixou-me revolta. Eu achava que os humanos eram altruístas, ou seja, solidários um com os outros. Como desejei ter poderes de dar àquelas pessoas asas e trazê-las para nossa colmeia!
– Meu amor, em tuas saídas ainda verás outras cenas decepcionantes! Seja forte!
– Como eu gostaria de dar uma vida melhor aos moradores de rua!