"Quem ama o feio, bonito lhe parece."
Conta-se que a coruja, percebendo que seus filhotes estavam sendo atacados pela onça, resolveu com ela fazer um pacote para poupar seus ninhos, trabalhosamente construídos sobre galhos de pequenas árvores da selva.
- Amiga onça, você tem atacado constantemente meus filhotes, tornando-me a mais infeliz das criaturas da selva. Se há tantas opções de outros alimentos para você, deixe meus pequeninos em paz.
A onça, aceitando o pacote, assim a interrogou:
- No meio de tantos pássaros, como vou conhecer quais são os seus filhotes?
A coruja, com seu exagero na descrição, levada pelo grande amor maternal, assim se expressou:
-Ah, minha amiga onça, é muito fácil distinguir dos demais. Os meus filhotes têm uma linda plumagem, olhos que brilham, são os mais lindos da floresta.
No dia seguinte, com muita dor e decepção, encontrou seu ninho vazio. Foi se queixar à onça, pelo não cumprimento do pacto. Mas a onça, enfaticamente, respondeu:
- Amiga coruja, posso lhe afirmar, com toda certeza, que não ataquei nenhum filhote de pássaro, com aquela lindeza que você descreveu.
Eis aí o sentido do provérbio: "quem ama o feio, bonito lhe parece."