O Pedido Essencial
Conto fábula: O pedido essencial
Um olhar perdido buscando não deslocar o seu olhar para a estrela que caía do alto e em seguida poder fazer o seu primeiro pedido.
Era um contentamento tão grande que mal cabia dentro daquele corpo de menina de dezesseis anos de idade... Já tinha paqueras, todavia, eles não estavam em seu pedido.
Passaram anos e suas amigas disseram que ela não fizera o pedido direito, já que os paqueras foram parar nos braços de outras meninas e ela ali, dando risadas com a conclusão a qual as amigas chegaram. Mesmo assim, continuou sem confidenciar qual pedido fizera.
O tempo foi passando e com ele a sua meninice, sua adolescência foi levada e passou a entrar em sua vida o mundo acadêmico e junto dele permaneceram duas de suas amigas de infância, convivendo diretamente com ela e sempre que as três se rencontravam e quando próximo do fim do encontro as duas davam um jeito de voltar ao passado de relembrar o que pediram e do acontecimento realizado com um só objetivo arrancar da amiga a confidência do que ela havia pedido.
Já que a mesma estava sozinha, marcando passo rumo a solidão e toda aquela galera da adolescência ou tinham casados ou estavam com casamento marcado e por ela não ter um namorado fixo nem pra madrinha de casamento era convidada. Em virtude disso as duas amigas achavam que o pedido da amiga não fora atendido e seria o momento dela se abrir, pois poderiam arranjar alguém interessante pra ela.
Mesmo com tamanha preocupação a amiga buscou tranquiliza-las ao afirmar de que assim como elas que estavam de casamento marcado, muito em breve ela também daria uma noticia maravilhosa que iria mudar completamente a vida dela e tal confidência as deixariam felizes.
Quatro meses depois de casadas as três sempre davam um jeito de se encontrarem e sempre com a solteira sendo a primeira a ir embora, no último encontro se aproveitaram de ficarem sozinhas e se questionaram por não terem o brilho do sorriso e leveza de sua amiga solteira e mesmo elas casadas, bem de vida nao irradiavam tão intensa alegria...
Se encontraram pela última vez no aeroporto e as duas a viram partir mundo a fora, pra trabalhar na Europa, levando malas consigo e nada de marido... Aquilo pras duas era uma loucura, tá certo que ela dominava o inglês e tinha noção avançada de alemão. Todavia, nunca tinha ido a Europa e nem conhecia ninguém lá e ir pra morar, sozinha era uma loucura.
Sozinha a amiga foi e depois de quatro dedicados anos conquistou diploma de doutora... Passou a lecionar em grandes faculdades, com vários estudos científicos publicados e o seu sorriso continua envolvente e maravilhoso. Continua solteira sem se sentir na solidão.
Por saber guardar aquele pedido só pra si, creio que fora esse o grande motivo do seu objetivo ter sido alcançado. Já que ao divulgarmos nossos planos antecipadamente pra outras pessoas, eles tendem a ficar inatingíveis...
Pois muitas vezes somos rodeadas de pessoas que não tem ambição de conquistas e por pensarem pequeno e estarem próximas da gente vão tolhendo nossos sonhos, incluindo medos em nossas cabeças nem sempre por maldade, más por medir o que desejamos pela régua delas, outras se utilizam de má fé pra impedir que cresçamos.
Não se esqueça que a felicidade não está dentro de um casamento ou de um relacionamento... A felicidade está dentro da gente e não precisamos esbanja-la, só temos que senti-la profundamente. A vida é feita das pequenas frações dos momentos que realmente vivenciamos, passamos muito tempo dando valor ao que não soma e ao que não nos é E-S-S-E-N-C-I-A-L.
Precisamos aprender a guardar nossos desejos, sonhos e acreditar que nem tudo que pensamos ou queremos pra gente precisa ser divulgado antes de alcançarmos.
Ernesto Esmeraldo Ribeiro