O CÃO AMOROSO E O GATO EGOCÊNTRICO
Toda família tem seu próprio animal de estimação. O gato Felix era mais do que só o mascote da casa, ele fazia parte da família.
Felix era tratado como o príncipe da casa pelos seus donos. Sempre se mostrou o gatinho mais adorado pela vizinhança, capturando toda a atenção e o amor dos humanos. Os animais dos humanos o encaravam e diziam uns aos outros:
– Este gato é muito atrevido!
– Como pode ser tão egocêntrico ao ponto de enganar a todos eles por causa de sua fachada!
– Temos que dar um jeito neste gato!
Infelizmente, os animais estavam certo. Felix era muito egocêntrico, só se importava com o seu próprio pelo. Ama ser o centro das atenções.
Na manhã seguinte, Felix, na frente do espelho, dizia a si mesmo na cama:
– Oi gatão! Você está maravilhoso como sempre! Que tal darmos um showzinho, hoje, para os nossos fãs. Aposto que vão amar você, inclusive as gatinhas.
Felix gabava-se para si mesmo, quando ouviu um latido na casa. O gato correu para a sala sem acreditar no que tinha escutado. Chegando à sala, ficou espantado ao se deparar com um cão à sua frente. O cão aproximou-se, examinou-o, com atenção, e depois o lambeu.
Felix irritado disse:
– Ei seu vira-lata! Como ousa me lamber ainda mais estando no meu território!
O cão, não dando ouvidos aos xingamentos, falou todo sorridente:
– Oi meu nome é Boris. A partir de agora, vamos ser irmãos e compartilharemos tudo.
Felix, pasmado disse:
– Quem falou que vamos ser irmãos? Ficou maluco! Um cachorro e um gato nunca poderão ser irmãos. Quem disse que eu quero isso!
Felix saiu aborrecido, conduzindo-se à janela. Boris, preocupado, saiu à procura do gato.
Os rastros acabaram num beco, onde viu Felix machucado e com arranhões. Boris se colocou à frente do gato, defendo-o dos animais da vizinhança. Rosnou para todos eles, dando-lhes sinal para caírem fora, pois, em uma próxima vez, não seria tão bondoso.
Por fim, Felix aceitou o cão como seu irmão e deixou de ser egocêntrico.