O Poeta e a Poesia

Havia um jovem e solitário poeta no Reino de Fewer, ele não tinha jeito com as mulheres, tudo o que lhe restava era escrever poemas de amores não correspondidos.

Um dia ele resolveu fazer algo diferente, poetizou como seria a mulher perfeita para ele, tanto fisicamente quanto psicologicamente. No dia seguinte ele conheceu uma moça exatamente igual a do poema, isso o deixou eufórico, logo passaram a namora e a planejar um noivado e casamento.

Só que conforme o tempo passava aquilo que era dela e o dava alegria, passava a dar agonia. Ele já não gostava mais da personalidade dela e já havia enjoado do corpo e nos dois casos pelo mesmo motivo: monotonia! Sendo ele o seu criador, ele sabia tudo sobre ela, não tinha o que aprender daí.

No dia da primeira briga entre os dois ele se cansa, vai até onde o papel do poema que criara sua mulher e o rasgou em pedacinhos. Quando deu por si, percebeu que sua mulher já não estava por lá e mais que isso: além de se perguntar se aquilo tudo foi real ou não ele se perguntou que se nem a mulher perfeita criada por sua imaginação o satisfez, o que o faria?

E essa era a grande questão com o jovem poeta, ele era um egoísta. A única felicidade que para ele estava em questão era a dele. Não existe amor sem sacrifício pelo outro, não há amor sem doar-se e assim como ele existem pessoas que quando entram numa relação só querem satisfazer a si mesmas e fazem isso a tal ponto que até mesmo se cansariam da própria perfeição.