AS FÁBULAS DO VOVÔ BENÍCIO
As saudades do meu amado Vovô Benício me levam ao embarque nas Asas das Minhas Elucubrações. Adorava ouvi-lo contar casos, causos, fábulas e histórias fantásticas que me levavam ao êxtase de gritantes emoções. Uma das fábulas contadas pelo meu velho descrevia a eterna luta travada entre o espertíssimo Caburé e o famélico Gavião.
Mas, o que é o Caburé? Permitam-me fazer as honras da apresentação: Trata-se de uma pequena ave da família Strigidae que tem o pomposo nome científico de Glaucidium brasilianum, mas é conhecido popularmente como Caburé.
E é do meu saudoso e querido Vovô Benício – a quem cedo as honrarias da palavra, para que ele possa contar esta fábula maravilhosa. Portanto, com a palavra Benício Barbosa Santiago, o meu amado Vovô Benício:
- Meu neto, o Caburé é um bichinho danado de esperto. O Gavião vivia doido para transformar o Caburé em uma lauta refeição. Mas – como era de se esperar – o Caburé sempre se desvencilhava de todas as artimanhas montadas pelo famélico Gavião.
Num certo dia, o Macaco anunciou que haveria uma grande festa, de comemoração do seu aniversário e, para tanto, foram convidados todos os bichos da floresta. O Caburé – todo saliente como só – já começara a se preparar para a festança. Pousou em um velho tronco à margem da lagoa e – por precaução – olhou para a sua direita, esquerda e retaguarda. Nada notando de errado, deu um mergulho nas tépidas águas e se esbaldou.
Todavia – e se tivesse um pouco mais de cuidado – teria visto que o Gavião espreitava de há muito todos os seus movimentos. É hoje ou nunca mais – falou baixinho o Gavião, tomando o devido cuidado de não ser ouvido!
O Caburé, agora, já de banho tomado, sai da água e se posta sobre o tronco, dá uma sacudidela nas penas e fica esperando que as mesmas se sequem, para que possa alçar voo.
A hora tão esperada pelo Gavião se apresentava. Eufórico, o Gavião se aproxima e pousa ao seu lado, dá um sorriso matreiro antecipando o prazer da vitória e diz:
-Não falei que, um dia, ainda lhe pegaria, Caburé? É hoje que você vai para o meu papo.
O Caburé – aparentando ter um tremendo sangue frio – permanece com uma aparência tranquila, como se nada estivesse acontecendo. O Gavião fica intrigado e pergunta:
-E aí, vei? Vai ficar assim... caladão, sem dizer nada? Não está com medo de ser a minha refeição, antes da festança do Macaco? -Medo de você me comer? Por quê? Será que você é tão bobo, a tal ponto de nunca ter ouvido dizer que Caburé molhado é veneno apurado. Se você me comer, agora, não conseguirá nem sair de cima deste galho que está pousado. Vai cair durinho, aí, no chão e será comido pelas formigas que nem precisarão ir à festa do Macaco para se empanturrarem.
Desconfiado pelo que acabara de ouvir, o Gavião pensa e responde: -Que não seja por isso! Vou esperar você acabar de se secar e, então, vou mandar você para o papo.
O vivaldino Caburé, agora, já bem sequinho, dá um sorriso, bate as suas asas e voa para bem longe, não sem antes dizer:
-Até outro dia seu bobão! Caburé nunca será comida para Gavião!
Rimos – eu muito mais – por ouvir mais uma das lindas fábulas do meu querido e amado Vovô Benício!
Imagem: GoogleMas, o que é o Caburé? Permitam-me fazer as honras da apresentação: Trata-se de uma pequena ave da família Strigidae que tem o pomposo nome científico de Glaucidium brasilianum, mas é conhecido popularmente como Caburé.
E é do meu saudoso e querido Vovô Benício – a quem cedo as honrarias da palavra, para que ele possa contar esta fábula maravilhosa. Portanto, com a palavra Benício Barbosa Santiago, o meu amado Vovô Benício:
- Meu neto, o Caburé é um bichinho danado de esperto. O Gavião vivia doido para transformar o Caburé em uma lauta refeição. Mas – como era de se esperar – o Caburé sempre se desvencilhava de todas as artimanhas montadas pelo famélico Gavião.
Num certo dia, o Macaco anunciou que haveria uma grande festa, de comemoração do seu aniversário e, para tanto, foram convidados todos os bichos da floresta. O Caburé – todo saliente como só – já começara a se preparar para a festança. Pousou em um velho tronco à margem da lagoa e – por precaução – olhou para a sua direita, esquerda e retaguarda. Nada notando de errado, deu um mergulho nas tépidas águas e se esbaldou.
Todavia – e se tivesse um pouco mais de cuidado – teria visto que o Gavião espreitava de há muito todos os seus movimentos. É hoje ou nunca mais – falou baixinho o Gavião, tomando o devido cuidado de não ser ouvido!
O Caburé, agora, já de banho tomado, sai da água e se posta sobre o tronco, dá uma sacudidela nas penas e fica esperando que as mesmas se sequem, para que possa alçar voo.
A hora tão esperada pelo Gavião se apresentava. Eufórico, o Gavião se aproxima e pousa ao seu lado, dá um sorriso matreiro antecipando o prazer da vitória e diz:
-Não falei que, um dia, ainda lhe pegaria, Caburé? É hoje que você vai para o meu papo.
O Caburé – aparentando ter um tremendo sangue frio – permanece com uma aparência tranquila, como se nada estivesse acontecendo. O Gavião fica intrigado e pergunta:
-E aí, vei? Vai ficar assim... caladão, sem dizer nada? Não está com medo de ser a minha refeição, antes da festança do Macaco? -Medo de você me comer? Por quê? Será que você é tão bobo, a tal ponto de nunca ter ouvido dizer que Caburé molhado é veneno apurado. Se você me comer, agora, não conseguirá nem sair de cima deste galho que está pousado. Vai cair durinho, aí, no chão e será comido pelas formigas que nem precisarão ir à festa do Macaco para se empanturrarem.
Desconfiado pelo que acabara de ouvir, o Gavião pensa e responde: -Que não seja por isso! Vou esperar você acabar de se secar e, então, vou mandar você para o papo.
O vivaldino Caburé, agora, já bem sequinho, dá um sorriso, bate as suas asas e voa para bem longe, não sem antes dizer:
-Até outro dia seu bobão! Caburé nunca será comida para Gavião!
Rimos – eu muito mais – por ouvir mais uma das lindas fábulas do meu querido e amado Vovô Benício!