A Bela e Seu Amor
Isbela que era bela virou Bela e foi Bela bela até que Bela bela, lenda se tornou. Lenda da ave bela que no seu táa tá tu tu tu, clamava por seu amor.
Naquele pedaço de chão, de fazendas e matas, nasceu Isbela.
A família não era das ricas; seu pai tinha um bom sítio de gado e café, era gente da luta diária e de bom entendimento com parentes e não parentes que se avizinhavam dali.
Bela conheceu o amor, conheceu logo a desilusão. O seu amor era pobre, não possuía chão nem tostão. Foi escurraçado feito um cão sem dono, nem seu nome se conheceu; pobre pobre pobre, pobre “Romeu?”. A Bela se embrenhou na mata, o fim nunca se soube, dizem que aquela ave é a Bela, chamando por seu amor.
A lenda ficou conhecida e muito repetida por todos.
O táa tá tu tu tu da ave inspirava brincadeiras constantes, anos e anos, entre os moradores. Cada um criava e encaixava a sua frase naquele ritmo melódico que a ave emitia.
O menino, como era de sua obrigação todos os dias, saiu à tarde tangendo o gado para uma pastagem mais longe.
Era uma tarde de um dia longo da primavera.
Naquele dia aconteceu de que ao retornar, a noite apenas se embocava, era penumbra do sol que se foi.
A restinga de onde corria a água límpida, lugar que ele muito amava, refúgio, seu lugar de sonhar. Ali mesmo, molhando seus pés, ouviu! “Roo meu vem pra mim”; sim, foi a ave no seu “táa tá tu tu tu”, acontece que o menino, há muito aprendera a encaixar o seu nome Romeu, no canto daquela ave.
Romeu tirou sua roupa, juntou com seu cajado bambu, deixou tudo na beira da estrada e, caminhando no rego d’água restinga a dentro desapareceu.
Não encontraram o menino e a ave não mais piou.
Dizem que finalmente a Bela Isbela encontrou o seu amor.