Dos grãos pré selecionados
Plantados em solo fecundo
Robustas sementes
Que foram bem cuidados
E que se fizeram, feijão
Colhidos e esbugalhados
Pra virar provento
Rico alimento
Recolhidos em bagos
Poucos, em vagos casulos
Se fizeram , ali ausentes!
 
Grãos, depois escolhidos
Elegidos em minúncias e vistas
Após aguçada e fina revista
Um só, fora condenado
Por ter vindo diferente
Sujo, feio e amarronzado
Entremeado, arrolado e preso
Com terra batida, dormente!
 
Não, não!
Não tinha ele,o coitado
Aparências, nem vistosa e limpa
Mas tinha um mote, um legado
Que se professava
Seria esta, a sua paga
Sua marca mais intrínseca
Por isso...
Injusta e brutalmente
Fora pelo escolhedores
Abandonado, depois descartado!
 
...jogado em desfiladeiro
De solo duro e acidentado
Em meio pedras e espinhos
Vingou como guerreiro
Cresceu, pra ser fortaleza
Um lutador destemido
Também fora protegido
Sem ser abafado
Tornondo-se gigante arbusto
Que a todos, medo e susto
Causava-lhes muita estranheza!
                              
Um dia em temporal
Ruíram terras  fartas e férteis
E tudo que fora bem plantado
Desceu ‘pros’  confins das profundezas
Crateras enormes se formaram
Absorvendo tudo o que podia
Apenas sem ter força e poder
Como por encanto  ou magia (e foi)
De sugar pra si...
O que num certo dia
Fora descartado
Por não ter e ser padrão
Por não ter...
Formosura, graça, perfeição e beleza!

 

                         
E assim aquele grãozinho feio a exemplo do patinho..., daquela bela estorinha linda , mas triste que todos conhecem, tornou-se um belo, rico, forte e poderoso, gigante alimento e divertimento!!