A formiga e a água mágica
Em um lugar bem afastado de qualquer formigueiro encontrava-se uma pequena formiga operária, provavelmente da espécie das “formigas carpinteiras” devido ao seu formato anatômico e coloração, cuja agonia de seu sofrimento era perceptível pela total descoloração da parte posterior de seu corpo. Sua cabeça e metade de seu tórax estavam totalmente brancos ao invés do marrom brilhoso que ostenta quando em estado normal.
Então apareceu uma formiga maior do que a primeira, provavelmente uma “formiga soldado” de sua colônia, e imediatamente colocou a pequena sobre suas costas para carregá-la. E assim carregou ela até uma pocinha de água e submergiu-a neste líquido.
Aquela água mostrou-se ser mágica, como um elixir curativo, propiciando uma melhora instantânea à formiguinha que estava doente. Então a formiguinha recuperou sua coloração e começou a mexer-se. No entanto, ela ainda estava um pouco confusa e achou que a formiga maior estava tentando afogá-la, e assim ela posicionou-se em uma postura de ataque contra a outra. Mas, a maior, com toda a calma que lhe acompanhava, acalmou a pequena e mostrou que apenas lhe tinha ajudado.
Nisto a cena começou a se afastar – Lentamente foi possível ver mais do local onde as duas se encontravam, ampliando a nossa percepção. – E, para a surpresa de todos, aquela pocinha de água mágica estava sobre o corpo de uma formiga muito maior que as duas, a formiga Rainha.
Tristemente percebeu-se que a rainha estava morta, há muito mais tempo que todos os eventos anteriores, mas seu corpo ainda emitia bondade: materializada naquela água curativa.
Neste momento a formiguinha desceu para a frente de sua Rainha morta para prestar suas últimas homenagens, juntamente à muitas outras formiguinhas que ali estavam.
– Obrigado mamãe!
Moral da estória: "Não julgue um ato sem saber seu contexto".