A pequena chama
Certa vez, em um vilarejo remoto havia uma forja e nela um senhor mestre forjador sempre admirado pela qualidade de seus serviços e disposto a ensinar, como forma de seu legado permanecer mesmo após sua partida.
Um aprendiz encantado com o trabalho do mestre observava atentamente cada ato, cada ferro aquecido, soldado, forjado e batido, sendo transformado nas belas lâminas funcionais que muitos desejavam possuir.
Curioso o aprendiz permaneceu no local de cedo à tarde, devorando conhecimento e ansioso por praticar o aprendizado do dia, até que algo chamou sua atenção de forma destacada.
Percebeu ele no encerrar do dia, que o mestre repleto de belos e potentes maçaricos utilizados para o aquecimento do ferro, do aço, simplesmente os guardava como uma ferramenta qualquer. Mas uma pequena chama, ele a separava e a mantinha em uma lamparina a óleo que era preservada, tratada como a menina dos olhos.
Sem entender o aprendiz foi até o mestre e perguntou:
-Senhor, vejo que tem os mais variados maçaricos, com possibilidade de com eles obter as mais belas e forte chamas, porque prioriza uma simples lamparina a óleo, uma simples chama similar a uma vela?
O mestre calmo e sereno se direcionou ao aprendiz curioso para sanar suas dúvidas e disse:
-As dúvidas são necessárias para o crescimento, parabéns pela sua curiosidade. Quanto aos maçaricos e a lamparina vamos lá. Realmente tenho diversos maçaricos, que são máquinas potentes de aquecer e forjar, necessário para as atividades de meu dia a dia, mas de que adianta todos eles se não tiver a “PEQUENA” chama para acendê-lo?
O aprendiz recebendo esta resposta entendeu que na vida não devemos desmerecer nada nem ninguém, ainda que pequeno seja, pode ser o mais necessário para algo que precisamos.