Litígio do coração

As perguntas ecoam na minha cabeça, as lágrimas secam dos meus olhos e o meu coração falece. Ah, que devaneio para escrever, leia minhas súplicas, meus suspiros, meus olhos...me leia, pois assim verás que sou e ei de lhe dar apenas a verdade, ah, um amor puro!

Não repare a bagunça, é que estou destroçado, despedaçado, estraçalhado, não por causa de alguém, mas por mim, apenas eu sou o culpado. Ah, loucuras da paixão! Se meu coração falasse, com certeza ele diria: "Insiste", mas a razão entrou em campo e está a dominar, afinal ela é sábia, eloquente e astuta. O problema foi o diálogo, melhor, a discussão baseada no orgulho e na frieza. Disse o coração para si: "Não me culpo, pois estou cansado e calejado, apenas preciso descansar", mas a razão esbravejou: "NÃO! Não se permita sofrer, não se deixe enganar mais uma vez seu tolo, seja forte!"

Já viram amores platônicos darem certos? As expectativas, as extremidades e as intensidades, essas sim são as culpadas. Não cria, não viva, apenas, apenas, apenas...droga! Não existe uma solução, o viável agora é pegar o dedo, meter na ferida e espremer até todo sentimento escorrer pelos vãos das mãos, por fim é só deixar o tempo cicatrizar, certamente assim diria a razão. Mas, o coração logo tira da manga uma solução, um tanto que improvável, mas por que não tentar? Por que não insistir? Então, disse para razão: "Um olhar correspondido, mais um suspiro (de leve, mas já significativo) me faria bombear novamente e eu sorriria."

A razão pensou, quase concordando, afirmou: "Mas, isso não significa que é amor! É uma demonstração de gentileza, não se iluda criança", sem respirar e rápido, o coração disparou: "Gentileza gera gentileza, que gera paixão, que gera construção e que gera amor!" Quase um xeque-mate para razão que ficou estonteada, enfurecida, pois não tinha argumentos para responder e com raiva disse: "Cala-te, você não sabe o que fala, ama quem não te ama, não tem maturidade para decidir nada sozinho, mas vá, tente de novo e de novo, mas se despedaçar até os cacos, pois foi apenas isso o que te restou da última vez, não me procures mais!"

O coração silenciou e chorou, foram palavras duras, mas verídicas. Queríamos que fossem palavras aos ventos, se ao menos o coração estivesse certo, a felicidade voltaria.

"É melhor vocês dois resolverem esse conflito, pois sou eu que fico sobrecarregado!", suspirou o fígado!

Jorge Barbosa

10/01/2019

Jorges Barbosa
Enviado por Jorges Barbosa em 17/03/2019
Reeditado em 25/05/2024
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