QUEM NÃO PODE DAR AMOR, NÃO DEVERIA PROMETER PRAZER!
Num reino do muito antigo do Oriente, num palácio maior do que muitas cidades de hoje, um velho sultão colecionavam esposas bem jovens. Selecionava apenas as mais belas e mais jovens, sem se importar de quem elas fossem filhas ou esposas, inclusive dos seus melhores conselheiros, fieis ministros ou guardas! Bastava ele enxergar, que já pedia a guarda real para gentilmente acompanha-la até o aposento mais íntimo do palácio.
Aquele sultão atrevido, além de roubar a liberdade de qualquer mulher que seus olhos enxergassem, gabava-se abertamente da sua intimidade, alardeando uma virilidade insólita e um apetite exagerado de seus desejos. Citava nas folias públicas uma demasia de massa e volume, além de requinte de contorno daquilo que ele mais venerava em si próprio, jamais aceitando qualquer desacordo, riso ou manifestação que o contrariasse!
As raras mulheres que o Sultão permitia sair do palácio, regressavam com extirpações que as faziam jamais sentir prazer com outro homem. Feiticeiras imolavam qualquer amplificador de sensações corporais das belas mulheres, para que se tornassem frígidas, sorumbáticas; e quando não eram acolhidas pelas famílias, cometiam suicídio...
No aposento mais sigiloso e impenetrável do reino, as únicas figuras masculinas tinham acesso controlado, era o seu chefe da guarda e os eunucos, e mesmo o chefe da guarda, seu general de maior confiança, o sultão mandou deixa-lo roncolho, como forma de se resguardar de uma possível ameaça, prometendo-lhe inclusive, retirar a outra fava, acaso houvesse qualquer sinal de quebra de confiança.
Mas a vida nunca é tão perfeita quanto imaginam os tiranos; e de tanto ele roubar a liberdade das moças mais puras do seu reino, colecionou milhares de inimigos, todos dissimulados...
Certa ocasião uma Sibila foi ao palácio a procura do sultão, solicitando do protocolo real uma audiência com o magnífico; e num drama muito raro, ele permitiu que a Sibila chegasse à sala do trono e fosse vê-lo. No enorme salão de piso alvíssimo do mais fino mármore, surge ao longe uma espécie de semideia, vestida penas de uma fina camada de seda branca, que permitia que todos enxergassem talvez a mais delicada silhueta perfeitíssima daquela encantadora de presságios.
Ao se aproximar do trono, já enxergando tudo aquilo que ele mais delirava quando via, o Sultão ordenou que todos saíssem da sala, e mesmo com a oposição da sua guarda real, permaneceu apenas ele e a Sibila; uma jovem bruxa seminua que desejava lhe dizer coisas sobre o seu futuro, em troca de moedas de ouro.
O magnífico e pasmo Sultão, diante de tanta beleza e jovialidade, estendeu a mão para que a Sibila beijasse, reafirmando o pacto do seu povo de reconhecer ser subalterno. Com um toque sutil dos lábios mais perfeitos daquele reino, a Sibila estimulou não só a mão do Sultão, mas todo o seu corpo, inclusive o coração.
E então, soberbíssima e imatura Sibila, que a trás a presença e admiração do Seu Sultão? – Meu admirável e majestoso Senhor! Eu venho a sua honrosa presença, para lhe dar um conselho e ter o seu reconhecimento! Se me permitir dar-lhe o melhor conselho do seu reino, teria eu a recompensa de três moedas de ouro?
- Sensualíssima Sibila! Meus olhos jamais enxergaram tamanha beleza! Sua voz ecoa nesse recinto como as harpas que anunciam as virgens chegando ao Paraíso! Seu sorriso desenha-se na boca mais delicada que esse reino de três mil anos já pode ver! O seu corpo é mais perfeito do que os pomares que alimentam os meus mais secretos desejos! Posso eu te dar três mil quilos em moedas de ouro, sem precisar ouvir de ti nenhuma palavra, senão o reconhecimento dos prazeres que o seu Sultão imprimiu em sua alma...
- Não tenho dúvidas, Senhor; que Vossa Magnificência como homem tem mais perfeita harmonia entre o primoroso e o espantoso; e que qualquer mulher desde o Ocidente, até as terras desse Oriente, desejariam ao menos um segundo dos seus encantos, mas o que me trás aqui é outra coisa...
- Pétala da mais linda flor da Babilônia! Não se preocupes com mais nada, pois nesse momento, você acabou de se tornar a minha esposa predileta de hoje; e depois que estivermos em intimidade, a farei Rainha de todo o sultanato...! Em instantes você conhecerá, na mais alta acepção da palavra, o significado de prazer...
- Com o máximo respeito, pulcro e perfeito Sultão! Quem não pode dar amor, não pode prometer prazer!
- Então vejo que além de linda, é insolente! Ordeno que se cale, e me acompanhe para o interior do palácio, onde provará do mais perfeito prazer que uma mulher pode ter!
O Sultão não quis ouvir quais conselhos a Sibila havia lhe proposto. Ele ordenou que ela não mais falasse e a conduziu para seus aposentos íntimos, forçando-a a ser mais uma das suas escravas. Mesmo sendo uma Sibila, aquela mulher não podia confrontar com a força e Poder do Sultão; e de cabeça erguida, cruzou o umbral do Harém e foi recebida pelas feiticeiras do protocolo de iniciação.
Numa sala com uma enorme banheira, algumas esposas banhavam o Sultão, e numa outra banheira, desnuda, a Sibila era banhada e preparada por outras mulheres. Depois de banhados, ambos eram deixados a sós no quarto Real, quando o Sultão mostrava o que era o prazer, a beleza e a perfeição íntima que ele tanto alardeava...
Ao redor do leito Real, uma série de apetrechos que o Sultão usava como se fosse parte do seu corpo; e em seu corpo, preso abaixo do tronco, algo insignificante, sem ânimo, em completo desuso!
Despida e atenta, a Sibila pôs-se sobre o Sultão, beijou-lhe os lábios, e quando a sua língua procurou o interior da boca Real, a ponta da língua provocou uma pequena perfuração no céu da boca do monarca, e o Sultão deu um suspiro, arregalou os olhos, e disse: - O que é isso que estou sentindo? Lhe pago as três moedas de ouro, para saber o que está acontecendo com o meu corpo!
- Agora as moedas não me servem mais! Eu queria te dizer que seus inimigos me mandaram para te matar, mas a sua cobiça em nutrir o seu cartaz pífio, o fez refém do seu próprio algoz! Isso que lhe pus na boca é um veneno que lhe paralisa, lhe emudece e fará seu coração parar em três minutos...
- Por favor, Sibila! Salve-me e eu te darei meu Reino...
Quando te afirmei, que quem não pode dá amor, não deveria prometer prazer, é porque nem eu, nem ninguém do seu reino, acreditamos em você! Todos sabem que você é um tirano, e também sabem que nenhuma dessas mulheres jamais teve um único segundo de prazer. Foi o seu general, chefe da guarda, quem espalhou todas as verdades a seu respeito. Ele me seduziu com a sua verdade e juntos, tramamos a sua derrota! Eu sou a noiva dele. Vou me casar depois do seu funeral...
Fica a dica: Ao invés de garantir prazer, dê amor...
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
Num reino do muito antigo do Oriente, num palácio maior do que muitas cidades de hoje, um velho sultão colecionavam esposas bem jovens. Selecionava apenas as mais belas e mais jovens, sem se importar de quem elas fossem filhas ou esposas, inclusive dos seus melhores conselheiros, fieis ministros ou guardas! Bastava ele enxergar, que já pedia a guarda real para gentilmente acompanha-la até o aposento mais íntimo do palácio.
Aquele sultão atrevido, além de roubar a liberdade de qualquer mulher que seus olhos enxergassem, gabava-se abertamente da sua intimidade, alardeando uma virilidade insólita e um apetite exagerado de seus desejos. Citava nas folias públicas uma demasia de massa e volume, além de requinte de contorno daquilo que ele mais venerava em si próprio, jamais aceitando qualquer desacordo, riso ou manifestação que o contrariasse!
As raras mulheres que o Sultão permitia sair do palácio, regressavam com extirpações que as faziam jamais sentir prazer com outro homem. Feiticeiras imolavam qualquer amplificador de sensações corporais das belas mulheres, para que se tornassem frígidas, sorumbáticas; e quando não eram acolhidas pelas famílias, cometiam suicídio...
No aposento mais sigiloso e impenetrável do reino, as únicas figuras masculinas tinham acesso controlado, era o seu chefe da guarda e os eunucos, e mesmo o chefe da guarda, seu general de maior confiança, o sultão mandou deixa-lo roncolho, como forma de se resguardar de uma possível ameaça, prometendo-lhe inclusive, retirar a outra fava, acaso houvesse qualquer sinal de quebra de confiança.
Mas a vida nunca é tão perfeita quanto imaginam os tiranos; e de tanto ele roubar a liberdade das moças mais puras do seu reino, colecionou milhares de inimigos, todos dissimulados...
Certa ocasião uma Sibila foi ao palácio a procura do sultão, solicitando do protocolo real uma audiência com o magnífico; e num drama muito raro, ele permitiu que a Sibila chegasse à sala do trono e fosse vê-lo. No enorme salão de piso alvíssimo do mais fino mármore, surge ao longe uma espécie de semideia, vestida penas de uma fina camada de seda branca, que permitia que todos enxergassem talvez a mais delicada silhueta perfeitíssima daquela encantadora de presságios.
Ao se aproximar do trono, já enxergando tudo aquilo que ele mais delirava quando via, o Sultão ordenou que todos saíssem da sala, e mesmo com a oposição da sua guarda real, permaneceu apenas ele e a Sibila; uma jovem bruxa seminua que desejava lhe dizer coisas sobre o seu futuro, em troca de moedas de ouro.
O magnífico e pasmo Sultão, diante de tanta beleza e jovialidade, estendeu a mão para que a Sibila beijasse, reafirmando o pacto do seu povo de reconhecer ser subalterno. Com um toque sutil dos lábios mais perfeitos daquele reino, a Sibila estimulou não só a mão do Sultão, mas todo o seu corpo, inclusive o coração.
E então, soberbíssima e imatura Sibila, que a trás a presença e admiração do Seu Sultão? – Meu admirável e majestoso Senhor! Eu venho a sua honrosa presença, para lhe dar um conselho e ter o seu reconhecimento! Se me permitir dar-lhe o melhor conselho do seu reino, teria eu a recompensa de três moedas de ouro?
- Sensualíssima Sibila! Meus olhos jamais enxergaram tamanha beleza! Sua voz ecoa nesse recinto como as harpas que anunciam as virgens chegando ao Paraíso! Seu sorriso desenha-se na boca mais delicada que esse reino de três mil anos já pode ver! O seu corpo é mais perfeito do que os pomares que alimentam os meus mais secretos desejos! Posso eu te dar três mil quilos em moedas de ouro, sem precisar ouvir de ti nenhuma palavra, senão o reconhecimento dos prazeres que o seu Sultão imprimiu em sua alma...
- Não tenho dúvidas, Senhor; que Vossa Magnificência como homem tem mais perfeita harmonia entre o primoroso e o espantoso; e que qualquer mulher desde o Ocidente, até as terras desse Oriente, desejariam ao menos um segundo dos seus encantos, mas o que me trás aqui é outra coisa...
- Pétala da mais linda flor da Babilônia! Não se preocupes com mais nada, pois nesse momento, você acabou de se tornar a minha esposa predileta de hoje; e depois que estivermos em intimidade, a farei Rainha de todo o sultanato...! Em instantes você conhecerá, na mais alta acepção da palavra, o significado de prazer...
- Com o máximo respeito, pulcro e perfeito Sultão! Quem não pode dar amor, não pode prometer prazer!
- Então vejo que além de linda, é insolente! Ordeno que se cale, e me acompanhe para o interior do palácio, onde provará do mais perfeito prazer que uma mulher pode ter!
O Sultão não quis ouvir quais conselhos a Sibila havia lhe proposto. Ele ordenou que ela não mais falasse e a conduziu para seus aposentos íntimos, forçando-a a ser mais uma das suas escravas. Mesmo sendo uma Sibila, aquela mulher não podia confrontar com a força e Poder do Sultão; e de cabeça erguida, cruzou o umbral do Harém e foi recebida pelas feiticeiras do protocolo de iniciação.
Numa sala com uma enorme banheira, algumas esposas banhavam o Sultão, e numa outra banheira, desnuda, a Sibila era banhada e preparada por outras mulheres. Depois de banhados, ambos eram deixados a sós no quarto Real, quando o Sultão mostrava o que era o prazer, a beleza e a perfeição íntima que ele tanto alardeava...
Ao redor do leito Real, uma série de apetrechos que o Sultão usava como se fosse parte do seu corpo; e em seu corpo, preso abaixo do tronco, algo insignificante, sem ânimo, em completo desuso!
Despida e atenta, a Sibila pôs-se sobre o Sultão, beijou-lhe os lábios, e quando a sua língua procurou o interior da boca Real, a ponta da língua provocou uma pequena perfuração no céu da boca do monarca, e o Sultão deu um suspiro, arregalou os olhos, e disse: - O que é isso que estou sentindo? Lhe pago as três moedas de ouro, para saber o que está acontecendo com o meu corpo!
- Agora as moedas não me servem mais! Eu queria te dizer que seus inimigos me mandaram para te matar, mas a sua cobiça em nutrir o seu cartaz pífio, o fez refém do seu próprio algoz! Isso que lhe pus na boca é um veneno que lhe paralisa, lhe emudece e fará seu coração parar em três minutos...
- Por favor, Sibila! Salve-me e eu te darei meu Reino...
Quando te afirmei, que quem não pode dá amor, não deveria prometer prazer, é porque nem eu, nem ninguém do seu reino, acreditamos em você! Todos sabem que você é um tirano, e também sabem que nenhuma dessas mulheres jamais teve um único segundo de prazer. Foi o seu general, chefe da guarda, quem espalhou todas as verdades a seu respeito. Ele me seduziu com a sua verdade e juntos, tramamos a sua derrota! Eu sou a noiva dele. Vou me casar depois do seu funeral...
Fica a dica: Ao invés de garantir prazer, dê amor...
Carlos Henrique Mascarenhas Pires