A Lenda da montanha
Contos feitos frente a uma fogueira, para um grupo que assustado fica com o que escuta cautelosamente. A lenda da montanha é contada por um velho índio guia.
Como se vivesse o momento, o Índio, encena o conto. Na fogueira joga galhos, que dão vida ao fogo e faz gestos com suas mãos.
Diz ele que na montanha há mais que natureza, há povo muito nobre, inteligente e hospitaleiro. Eles prezam por segredo de sua fortaleza, fazendo com que tudo que se soubesse, lenda tornasse.
O que causou confusão para todos os que os conheciam, menos para o velho índio que falava “Aproveitem... Pois se tiverem a oportunidade...A única chance será”.
Suspiros e olhares, por todos lugares.
Horas se passam.
Pela madrugada ouvia-se delicados barulhos próximos.
Animais? Vento?
Quem no índio acreditou, o que ouvia era movimento.
Noites acampados na mata. Fogueiras, histórias, e mais nada.
Certa noite notou-se algo diferente.
Movimentos suaves, sussurros distantes, por de trás das arvores.
Para os sábios um perigo, mas para os curiosos algo novo.
O grupo se dividiu, alguns seguiram o coração e outros permaneceram na certeza.
Seguindo o rastro deixados nos matos, os curiosos, pouco enxergavam mas para distante seguiam.
Quando em um passo simultâneo foi que todos caíram.
Desacordados, porém já recobrando os sentidos. Olham para coisas indescritíveis.
Em suas plenas consciências, notam um cerco de pessoas incríveis.
O velho índio dizia a verdade. Eles encontraram o povo da montanha.
Uma cidade montanha a dentro, tudo feito de forma harmônica.
Levados ao líder que lhes contou sua história e enfatizou que tudo é segredo, mas que teriam um dia para aprender tudo que lhes interessava.
Todos de acordo, e começam a caminhar pela colônia.
Alguns buscaram sabedoria sobre amor, dinheiro e felicidade.
Ao escutar o povoado, a verdade sobre as coisas lhes adentrava, de forma nunca esperada.
Passado o dia, hora de ir, mas antes é necessário seguir o ritual de despedida segundo o povo.
Como encerramento, foi servido a todos um elixir exótico, tradicional para esse povo.
Todos tomaram, ou quase todos. Devido a um receio, não tomei a dose toda, mas apenas molhei os lábios, o que sobrou derramei ao lado sem que ninguém percebesse.
Em instantes, um a um, entraram em sono profundo.
Demorei um tanto para perceber, que a bebida fazia a pessoa adormecer e esquecer o que passou esse dia.
Para não ser notado, deitei-me desacordado.
Com raios de sol nos rostos, todos acordaram em um lugar desconhecido e dentro de um buraco.
Eu sei o que aconteceu e pude aprender muito, coisas que jamais esquecerei.
Entendi também que quem estava em aprendizado dentro da montanha não éramos somente nós, mas sim o povo da montanha, por esse motivo era um povo tão sábio.
Eles ao longo dos séculos, como eles disseram, uma vez por ano se deixam ser descobertos.
Digo de forma misteriosa, mas receio não poder falar mais. Lenda ou não, jamais saberão!