Gahagam: O cajado de Thir. (Primeira parte)
O reino de Gahagan é uma terra desértica, onde o sol queima o chão e a sua paisagem se pinta de cinza, com as poeiras vindas de todos os outros reinos do planeta. Esse reino por ser desértico é difícil de encontrar abundância de recursos, um caso bem específico é a própria água, que se apresenta como a fonte da vida.
Como Gahagam vive em escassez de excedentes, o seu povo se fez forte e a guerra é a sua principal atividade. Sem a guerra, não existe conquista, sem a conquista não existe sobrevivência. Esses são os princípios que envolvem a sociedade de Gahagam, guerrear e ganhar fazem parte do imaginário desse povo das areias.
Sulivan é um guerreiro que nasceu em Gahagam. Desde pequeno o homem foi ensinado nas técnicas de combate corporal e com espada, dessa maneira, Sulivan foi contemplado com a sua entrada na legião do escudo dourado, sendo o melhor de todos os guerreiros de Gahagam.
Gahagam se meteu uma certa vez, em uma guerra contra o reino Glacian, dos mares gelados, reino esse que se localiza ao oeste do Monte Medles.
O rei Desmond está muito doente, resultado de uma tuberculose severa, resultado do clima seco de Gahagam e a sua situação piorou após a morte do seu único herdeiro ao trono, o príncipe Rhude havia sido abatido no campo de batalha.
Como o rei Desmond, tinha a certeza que a sua morte estava chegando, e precisava assegurar a continuidade da sua casa real, o rei criou um torneio entre os guerreiros dos escudos dourados: Quem conseguisse matar o grande feiticeiro Thir e tomar posse do seu cajado mágico, cajado este que concentra poderes milagrosos de cura, ganharia todas as suas riquezas e traria a saúde de volta ao seu rei.
Ao escutar tal proposta de torneio, os olhos de Sulivan brilharam como duas pedras de diamante. Ele colocou na sua cabeça que não poderia perder a chance de colocar as mãos no cajado do feiticeiro Thir, essa oportunidade era a única para ele chegar ao poder e desfilar na corte real de Gahagam.
Os guerreiros do escudo dourado se reuniram na taberna central de Gahagam para comemorar a ideia do torneio. Sulivan adora beber e se gabar de suas vitórias antigas.
Sulivan: Eu vou levar fácil este cajado de Thir! O Deus da chuva me abençoou com a sua fúria! Todos viram a minha força e esperteza na batalha de Califá! Derrotei com os pés nas costas 50 guerreiros do Califado de Mahamud.
O que Sulivan não esperava é que no mesmo momento que está se gabando de suas vitórias, entra na taberna um guerreiro também vitorioso, o seu adversário Urick, também guerreiro do escudo dourado.
Urick: Hahahahaha!!!
Sulivan já começou a se gabar dos seus feitos divinos?!
Mal começamos a beber! Hahahaha!
Sulivan está segurando uma taça de ferro com cerveja amanteigada e bufando feito urso, a ira do temperamento forte de Sulivan lhe sobe à cabeça. O homem arremessa a taça em direção à parede da taberna. E esbraveja por todos os lados.
Sulivan: Como vós tem coragem de rir dos meus feitos?!
Por acaso quer que eu lhe enfie uma espada no coração?
Urick: Vossa senhoria é muito importante mesmo, pra achar que eu lhe devo algum respeito. Não passa de um soldado do rei Desmond. É igual a todos nós! A sua espada não me intimida!
Urick se aproxima de Sulivan e os dois se encaram como duas feras violentas, prontas para lutar. Nesse instante o chefe dos guerreiros do escudo, interrompe a briga. Juriad coloca ordem na confusão.
Juriad: Se vossas senhorias pegarem nessas espadas para se enfrentar nesse combate de egos, eu mesmo tenho o poder de prendê-los, por desrespeito à nossa ordem.
Urick: Vossa Excelência mesmo viu que eu fui provocado.
Juriad: Sim, foi provocado. Mas carrega as armaduras e a espada da ordem! Guerreiros do mesmo clã não se enfrentam! Será que vocês não sabem disso?! Parecem duas crianças.
Sulivan: Não seja por isso Vossa excelência, eu tiro a minha armadura aqui mesmo e nós enfrentamos lá fora, como dois homens!
Sulivan tira a armadura e a espada, joga no chão da taberna e sai pela porta da frente. Com sangue nos olhos, Urick faz o mesmo. Juriad fica com uma expressão de decepção.
Na frente da taberna, Sulivan grita com raiva.
Sulivan: Cadê a sua coragem Urick?! Sai dessa taberna para me enfrentar! Eu quero lavar a minha honra com o seu sangue!