O BANCO
A Secretaria de Educação do município de Chorozinho, quando localizada à Avenida Raimundo Simplício de Carvalho, s/n – Altos - havia um Banco de praça que ficava ao lado da porta de entrada, onde muitos munícipes e transeuntes, por consequência do destino, desfrutavam de sua “comodidade”. Dentre esses muitos, as psicopedagogas do município que passavam bom tempo a espera do transporte que, ao sair para realizar as visitas com os técnicos da secretaria, também as conduziam. Certo dia, uma delas ouviu o Banco falar:
B
Como vai? Cara senhora,
Que estás horas a esperar,
Converse um pouco comigo
Para esse tempo passar.
E, como nos dias atuais o extraordinário é cotidiano, desenvolveu-se o diálogo seguinte:
Py
Bom dia! Caro Senhor,
Prazer em conhecê-lo!
Aceito a sua companhia
E só tenho a agradecê-lo.
B
Sou eu que vos agradeço,
E passo, então, a narrar,
O que dizem nesse banco,
Os que aqui veem sentar:
B
Uma humilde senhora,
Que falava sem parar,
Disse que em sua casa
A água custa a chegar.
B
E um senhor respondeu,
O que a CAGECE falou,
Que foi um cano quebrado.
Que a água embarrerou.
B
Os alunos que aqui sentam,
Porque não querem estudar,
Passam o tempo do mundo,
Mexendo em seu celular.
B
Um senhor lá da Tapera
Falou que ia pescar,
Pois na Lagoa do Cedro,
Só falta o peixe Cará.
B
Conversa de pescador,
Não se pode acreditar!
Pois disse esse senhor,
Que pescava com o olhar!
B
Não usava instrumentos:
Anzol, tarrafa ou galão,
Piscava somente um olho
E o peixe estava em mãos.
B
Um dia, uma senhora,
Muito feliz, me contou,
Que o seu marido saiu
E até, então, não voltou.
B
Por isso ela nos contou,
Que um outro arranjou
Para “quebrar a castanha”
Do infeliz que a deixou
B
Também um senhor do Cedro,
Que aqui veio descansar,
Revelou com sua graça
O que estava a se passar:
B
A estrada da Ribeira,
Além de animal e mato,
Tem lama, areia e buraco
E há perigo de assalto.
B
Quem passa é bom cuidar,
Ou na areia fofa dança,
Escorrega e faz lambança
Mas não perde a esperança.
B
Um dia, muitos sentados,
O espaço bem lotado,
Então a chuva chegou
E o povo se espalhou.
Py
Seu banco, daqui se vê
Muitos acontecimentos
Chorozinho passa a ser
Um lugar de movimento.
Py
E o ponto dos taxistas,
Nos chama a atenção,
Com destino a Pacajus
Que é a principal direção.
Py
O café mais procurado
É o de Dona Salete,
Tapioca, pão e bolo,
É o que o povo pede.
Py
E bem cedo os estudantes,
Acompanhados dos pais,
Seguem rumo às escolas,
Onde o conhecimento se faz.
Py
O movimento é intenso
Na Estrada da Barreira,
Carro, moto ou bicicleta
Só passam lá na carreira.
Py
São muitos os transeuntes
Num constante vai e vem
Cada um tem seu destino
Fazendo o que lhe convém.
Py
Mas agora, senhor Banco,
Dê licença que já vou,
Conversaremos outra hora,
Pois o transporte chegou.