O CARACOL E O RATO
(Ct/Fáb/23)
Cansado de viver rastejando, carregando sua casa nas costas, na humidade e no escuro sob troncos caiados, folhas e sem rumo o caracol decidiu se aventurar em busca de claridade, de um amigo, de um solo mais consistente simplesmente para sair da mesmice e conhecer novos horizontes. "Simples assim."
Gosmento e fatigado resolvera tirar um cochilo ainda embrenhado no seu habitat natural, uma vez que não era de costume andar com um objetivo, tão altivo e que devia ser posto em prática. Exaurido, em seu permanente silêncio, se recolheu, adormeceu no mesmo lugar, tão logo resolvera. Nada o fustigava, embora no sonho que tivera algo o incomodava, como a incerteza; mas, a decisão o fortificava no seu intento. Tentou expandir um pouco mais sua visão para situar-se. Seu primeiro empecilho: A encruzilhada.
- Meu esqueleto, calcáreo, pesa um bocado. Conseguirei atravessar? - Perguntou-se, o Caracol, de olhar embaçado, mas em dia com os seus neurônios. - Nada me fará mudar de ideia; tenho de continuar - Pensava o gastrópode terrestre quando o sonho lhe veio à tona: - Hum! Um canteiro verde, repleto de folhas, cestas de frutas carnosas e adocicadas ... que delícia. - Salivava sob o sol que aquescia-lhe o juízo e logo caiu na real. - Destemido, pensou novamente: - Tenho que atravessar!
Eis que de repente, alguma coisa bateu em seu esqueleto calcáreo e uma voz rouca disse: - Para onde vais meu amigo. Estás querendo atravessar? - O caracol surpreso reerguendo suas anteninhas disse: - Estás a me seguir e/ou tivestes a mesma ideia que eu? - O rato, que também sofria de tédio por inúmeras coisas e pela escassez de alimento, no seu reino, se manifestou. - Confesso, seu moluco gastrópode, que ando exausto de tanto lutar para implantar alterações para melhorias nas colônias. Expulso fui, pela cúpula de insensatos, do reino canibal roedor e agora vivo ao relento sem mesmo ter o que comer. Estou fraco, doente, mal consigo abrir meus olhos. Estou em busca de tranquilidade e um lugar, permanente, para ficar. - O Molusco achando tudo isso um tanto esquisito, dito por um roedor, mas acreditado, dissera:
- Gostarias então de fazer essa travessia comigo? Juntos podemos angariar forças e tentar. E ... eis que uma grande enxurrada começou a cair e a estrada árida fora coberta como por um rio fosse. - Teremos de aguardar essa chuva passar e retomaremos tão logo, amaine. -Disse o gastrópode tranquilo. Porém, o rato, esperto e rápido pensou no molusco a quem deveria ajudar, pela sua lerdeza e outros quesitos mais; nem esperara a chuva passar. Tomou logo a direção oposta, enquanto o caracol cochilava e atravessou só, por sobre a água, sem olhar para trás.
O caracol, horas depois acordara sem a presença do roedor, que lhe dera esperanças de travessia, porém, com sua ideia e vontade, tão logo a chuva passou, da encruzilhada, o caminho certo pode escolher com confiança, embora lento e só.
Cansado de viver rastejando, carregando sua casa nas costas, na humidade e no escuro sob troncos caiados, folhas e sem rumo o caracol decidiu se aventurar em busca de claridade, de um amigo, de um solo mais consistente simplesmente para sair da mesmice e conhecer novos horizontes. "Simples assim."
Gosmento e fatigado resolvera tirar um cochilo ainda embrenhado no seu habitat natural, uma vez que não era de costume andar com um objetivo, tão altivo e que devia ser posto em prática. Exaurido, em seu permanente silêncio, se recolheu, adormeceu no mesmo lugar, tão logo resolvera. Nada o fustigava, embora no sonho que tivera algo o incomodava, como a incerteza; mas, a decisão o fortificava no seu intento. Tentou expandir um pouco mais sua visão para situar-se. Seu primeiro empecilho: A encruzilhada.
- Meu esqueleto, calcáreo, pesa um bocado. Conseguirei atravessar? - Perguntou-se, o Caracol, de olhar embaçado, mas em dia com os seus neurônios. - Nada me fará mudar de ideia; tenho de continuar - Pensava o gastrópode terrestre quando o sonho lhe veio à tona: - Hum! Um canteiro verde, repleto de folhas, cestas de frutas carnosas e adocicadas ... que delícia. - Salivava sob o sol que aquescia-lhe o juízo e logo caiu na real. - Destemido, pensou novamente: - Tenho que atravessar!
Eis que de repente, alguma coisa bateu em seu esqueleto calcáreo e uma voz rouca disse: - Para onde vais meu amigo. Estás querendo atravessar? - O caracol surpreso reerguendo suas anteninhas disse: - Estás a me seguir e/ou tivestes a mesma ideia que eu? - O rato, que também sofria de tédio por inúmeras coisas e pela escassez de alimento, no seu reino, se manifestou. - Confesso, seu moluco gastrópode, que ando exausto de tanto lutar para implantar alterações para melhorias nas colônias. Expulso fui, pela cúpula de insensatos, do reino canibal roedor e agora vivo ao relento sem mesmo ter o que comer. Estou fraco, doente, mal consigo abrir meus olhos. Estou em busca de tranquilidade e um lugar, permanente, para ficar. - O Molusco achando tudo isso um tanto esquisito, dito por um roedor, mas acreditado, dissera:
- Gostarias então de fazer essa travessia comigo? Juntos podemos angariar forças e tentar. E ... eis que uma grande enxurrada começou a cair e a estrada árida fora coberta como por um rio fosse. - Teremos de aguardar essa chuva passar e retomaremos tão logo, amaine. -Disse o gastrópode tranquilo. Porém, o rato, esperto e rápido pensou no molusco a quem deveria ajudar, pela sua lerdeza e outros quesitos mais; nem esperara a chuva passar. Tomou logo a direção oposta, enquanto o caracol cochilava e atravessou só, por sobre a água, sem olhar para trás.
O caracol, horas depois acordara sem a presença do roedor, que lhe dera esperanças de travessia, porém, com sua ideia e vontade, tão logo a chuva passou, da encruzilhada, o caminho certo pode escolher com confiança, embora lento e só.