MUITO REAL

So observava o que acontecia

No entorno do cotidiano

Observava muito

A mente ficava atento ao que acontecia

Algo despertou os fatos

Esse ser acabou sendo isolado restrito

Foi tirado daquele espaço de convívio

Sendo isolado em um canto

O sono apagava todo o lamento

Inocente a tudo achava tão normal

Sem questionar o porque de tudo

E ai ficava e se acomodava

E sobre o leito de tabua da mesma dimensão do leito

Que ao deitar na tabua de madeira

O que mais doía era para a alma

Ao acordo batia fortemente sobre a tabua

A dor aquela batida,

Não causava o efeito de dedo sobre o dedo do pé

Não tinha como evitar

Não sentia dor física no chutar

A dor era por estar e de ser colocado ali

O sentimento de ser separado dos demais

Esse gesto foi a punição, um castigo

Ficou marcou a época como esquecer

Da cama e o colchão de capim

Também foi um detalhe

Como esquecer da camisa toda borrada de sangue

Do sangue de pulga, que deixava pintas de sangue

Bem nítida nas vestes

Marcas do estado de pobresa

Como esquecer das pulgas

Como esquecer da camisa e calça de saco de trigo tingido

Feito na máquina de costurar e algumas delas chuleadas na mão mesmo

Como esquecer do pés no chão

Quando chinelo arrebentava o calço

Ali se colocava um prego de sustentação

Andando e correndo sem um chinelo descalço mesmo

Como esquecer pisar e correr sobre as pedras pequenas

Do envolvimento com outro alguém

O primeiro sentimento de pureza e se reconhecer

Que não teria a menor chance por ser uma pessoa extremamente

Simples e humilde

Só seria possível no tempo mudando

A situação vencer os obstáculo da vida

Se fazer muito melhor sonhar outra vida

Como esquecer da perseguição

Como esquecer da primeira foto

Como esquecer das palavras duras que marcaram

Como esquecer da doação de dois irmão

O levou a pensar

E a se perguntar o por que de tudo isso

O tempo sugou e ficou um marca de dor

Ser um ser hoje é de ter aprendido

Com tudo que esta no ar

Só se colher resgatando

Hoje eu sei

Hoje melhor

Mas continuo sem você

Meus sonhos eu quero ainda

edsonOramos
Enviado por edsonOramos em 21/09/2017
Reeditado em 20/11/2017
Código do texto: T6120838
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