A LENDA DO AÇAÍ.
A população daquela aldeia dia a dia só aumentava. O cacique Itaki , já estava perdendo o controle dos índios. Tinha que arranjar uma solução de imediato para que a tribo não perecesse. Os peixes cada vez mais raros, a época não foi boa de chuva e as árvores frutíferas pouco carregaram seus galhos. A caça cada vez mais difícil
Enfim a situação estava fora de controle.
Mas alguma medida drástica tinha que ser adotada. Os anciãos da tribo já desnutridos.
Itaki depois de muito pensar, tomou a decisão que dilacerou sua alma.
Decretou que todo recém nascido, a partir daquele dia seria morto em sacrifício, assim agradaria ao Deus da natureza e a população não cresceria, sobrando alimentos para o restante da aldeia.
Todos com muito pesar no coração, resolveram cumprir o que havia sido acordado.
Itaki muito triste contou a decisão a sua filha Iaçã, que chorando revelou estar grávida do primeiro filho e primeiro neto de Itaki. Mas as ordens não poderiam voltar atrás. Logo que nasceu, a criança foi sacrificada.
Iaçã de tristeza se fechou na oca.
Todo dia pedia ao Deus da floresta para dar outra solução ao cacique.
Uma noite, ouviu o choro de uma criança. Correu para mata, viu seu filho a quem abraçou. Logo ele some de seus braços e desesperada se agarra ao tronco de uma árvore.
Ao amanhecer o dia é encontrada morta, com olhar fixo para o alto onde havia cachos de frutinhas escuras.
Seu pai ao examinar essas frutas notou que podia ser extraído delas um líquido viscoso, forte, delicioso e que matava a fome.
Assim, começaram a explorar essa árvore e as ordens do cacique se tornaram sem efeito e a população deixou de passar fome.
Em homenagem a sua filha a fruta foi chamada de AÇAÍ. Que é IAÇÃ ao contrário.
ESSA LENDA FOI CONTADA A MIM POR MEU QUERIDO NETO : VICTOR CHAVES.
* Adaptado do folclore paraense