Era uma vez

Era uma vez um Rei, não um rei como os que vemos por ai, mas, o Rei, o verdadeiro Rei. Esse rei possuía vários súditos que ele amava como a filhos, um dia esse Rei assinou um decreto, não um decreto como vemos por ai, mais um decreto especial, escrito com uma tinta que ninguém pode apagar, uma tinta preciosa, tão cara de uma forma que só o Rei e seu filho entendem. E nesse decreto o Rei tornou todos os seu súditos filhos e irmãos do Príncipe; o Rei amava muito a todos e esse foi um dia de grande festa.

Era uma vez uma princesa, filha do Rei e irmã do Príncipe por meio de decreto, essa princesa morava em uma torre muito, muito alta, em um castelo muito, muito distante. Nessa torre havia um quarto, onde a nossa princesa passava todos os seus dias a contemplar pela janela as campinas que haviam perto do castelo. Do lado de fora dessa torre, andavam pelos corredores do castelo várias criaturas sombrias que assustavam a jovem princesa. Algumas vezes elas se aproximavam e forçavam a porta do quarto da bela princesa, ela se assustava com os barulhos que faziam, mas, sabia que aquele castelo fora presente de seu pai, o Rei, e por isso a porta deveria ser de uma madeira muito resistente e ninguém poderia entrar.

Era uma vez um príncipe, não o Príncipe filho do Rei, mas um príncipe que agora por meio do decreto era filho do Rei e por consequência irmão do Príncipe e da nossa princesa também. Esse príncipe estava em uma jornada, ele vinha de uma terra muito distante e seguia para a capital onde o Rei e seu Filho moravam. Um dia, em meio a suas andanças o príncipe encontrou um castelo a beira de seu caminho, era um castelo antigo e coberto por musgo e trepadeiras, parecia que a muitos anos ninguém ali descia, entretanto, algo lhe chamou a atenção, parecia ser alguém em uma torre muito muito alta. Ele desceu de seu corcel negro, empunhou cuidadosamente sua espada e rumou até la.

Era uma vez uma porta, ela nascera como uma árvore, mas um dia tornou-se porta. Passou seus primeiros anos como árvore, mas um dia um Homem a cortou e a esculpiu porta, esse Homem a levou e a colocou em uma grande casa de pedra. A porta era feliz com sua vida, a maioria das árvores não andavam e ela teve a oportunidade de além de passear morar em uma casa. E que casa... Grande e bem antiga; A porta era feliz. Com um de seus olhos a porta observava uma jovem menina, ele parecia feliz, com o outro olho a porta observava um corredor escuro e frio, às vezes vinham umas pessoas feias, pessoas más que vinham do fundo do corredor e forçavam a porta. A porta nunca as deixou passar, até o dia em que viu alguém diferente, era um rapaz, ele veio da escuridão do final do corredor como as pessoas feias, mas ele era diferente, não forçou a porta, apenas olhou para ela e contemplou-a um instante. O rapaz parecia cansado, ele tinha uma cicatriz no rosto, talvez fosse de uma antiga batalha a porta pensou. Ele precisava descansar. Então antes que as pessoas feias chegassem a porta abriu.

Era uma vez um espelho, um espelho grande e ovalado, ele morava em um quarto com uma moça, havia vários outros móveis no quarto, mas o espelho foi o primeiro, ele viu quando cada móvel foi posto e imagina para quem o quarto seria preparado. Um dia uma moça muito bonita se mudou para lá, ela sempre olhava o espelho e sorria, o espelho sorria de volta. Certo dia o espelho viu um Homem entrar no quarto, ele era bem velho, devia ter idade para seu o pai da moça, o espelho viu quando ele deixou um presente para a moça. Duas pequenas esmeraldas, as mais belas pedras que o espelho tinha visto. A moça gostava muito de suas esmeraldas, elas cuidava bem do presente que ganhara, mas um dia, vários homens maus entraram no quarto, o espelho sabia que eles queriam roubar a esmeralda da moça, mas, por sorte o Homem velho apareceu e botou os homens maus pra fora. A moça teve tanto medo que pediu ao Homem velho uma porta para seu quarto, e desde então ninguém mais havia passado por lá, até o dia em que um jovem entrou. Ele viu as pequenas esmeraldas da moça, mas ele não era ladrão, não as levaria dali. Ele passou algum tempo conversando com a moça, ela parecia feliz com ele.

Era uma vez uma bruxa, era uma bruxa antiga e má que morava a beira de um caminho que levava a capital do reino. Um dia bateram na porta da bruxa, era um viajante montado em um cavalo preto. O viajante era bom e cheio de vida, ele usava uma armadura bonita, bem polida e alinhada, ele disse a bruxa que seguia para a capital para ver o Rei, a bruxa disse que seria sua companheira na viagem e isso alegrou muito o viajante que agora teria uma companhia para a viagem. Depois de caminharem por alguns dias, a bruxa tentou levar o viajante por uma caminho que seguia paralelo ao caminho que há muito ele seguia, o viajante hesitou ele nunca saíra do caminho, mas como ambos eram paralelos ele seguiu com a bruxa. A bruxa então pediu que o viajante lhe desse sua espada, mas o viajante novamente hesitou, afinal a sua espada era a única proteção que dispunha em todo o caminho e não poderia andar sem ela, isso deixou a bruxa furiosa. Gradativamente os caminhos paralelos se separavam e a bruxa exultante comemorava, pois sabia que levava o viajante a uma cilada onde perderia sua espada. Mas o viajante percebendo que se afastava tornou ao caminho inicial. Isso deixou a bruxa furiosa novamente, então ela atacou violentamente o viajante para tirar-lhe a espada, a bruxa era muito poderosa e o viajante teria sucumbido se não fosse salvo por um Homem. A bruxa então vendo que não conseguira a espada, voltou para sua casa e espreitar o caminho em busca de mais viajantes.

Era uma vez um arreio. Ele era um arreio feliz, pois era utilizado pelos cavalos do próprio Rei. O arreio viajava sempre que o rei precisava ir a algum lugar com sua carruagem. No mundo existem muitos arreios, mas só um é utilizado pelo Rei. Uma vez o Rei o utilizou para fazer uma viagem a uma cidade distante, nesse dia o Rei comprou um castelo grande e bonito, o Rei só voltou nesse castelo duas vezes, em uma ele levou um presente para uma menina que lá morava, em outra ele levou uma porta bem pesada, esses dias ficaram marcados na memória daquele arreio porque no dia em que levou os presentes, o arreio ouviu o rei comentando de uma batalha que travara com salteadores que tentaram roubar o presente que dará a menina e isso impressionou o arreio, afinal não é sempre que se vê um rei lutando, mas, como já dissemos, esse não é um rei, mas, o Rei, o verdadeiro Rei. A outra ocasião, a que o rei levara a porta, foi ainda melhor, nela o Arreio pode ser testemunha ocular da bravura do rei. Eles vinham pelo caminho quando o arreio viu um rapaz caído no chão, ele estava todo ferido e lutava com uma mulher, ela era incrivelmente ágil e lançava encantamentos de fogo em cima do rapaz, o arreio viu que por mais que o rapaz lutasse, não seria páreo para aquela mulher e seus feitiços de fogo. Então o arreio foi solto. O Rei o soltou e pulou entre o rapaz e a Mulher, o Rei lutou com ela e ela vendo que não era párea para se impor em combate com o Rei, fugiu do caminho e entrou pela floresta. O arreio viu ainda quando o rei se aproximou do rapaz inconsciente e aplicou alguns remédios em um machucado perto do rosto. O Rei medicou o rapaz e, quando teve certeza que ele estava seguro seguiu seu caminho.

Era uma vez uma barraca, essa barraca morava em uma mochila que andava presa nas costas de um guerreiro. Esse guerreiro viajava o país sempre na mesma direção, a barraca se orgulhava de ser de um guerreiro como esse, que vencera muitas batalhas. Uma vez, ela lembra, ele quase foi derrotado, ganhou uma cicatriz feia em seu rosto, algumas escoriações pelo corpo, mas saiu vitorioso. Um dia esse guerreiro encontrou uma garota. A barraca viu que eles se deram bem, a barraca sabia que a garota gostava do guerreiro, ela nunca disse isso pra ele, mas barracas são inteligentes. Ela podia ver que a garota estava apaixonada pelo guerreiro, isso deixou a barraca feliz. O guerreio e a garota passaram muito tempo conversando e um dia o guerreiro precisou seguir viagem, garota foi com ele até aporta e se despediu. Por algum motivo ela tinha medo de sair de seu quarto. A barraca viu ainda o guerreiro mostrando que não haviam perigos fora do quarto que juntos não pudessem vencer, mas a garota sorriu e disse que não podia ir, talvez um dia fosse. O guerreiro então se despediu e saiu, mas, assim que se distanciou um pouco ele a armou. Pegou a barraca e a montou e resolveu acampar. A barraca sabia que ele estava esperando a garota, o guerreiro nunca falou isso, mas barracas são inteligentes. O que a barraca não sabia é se um dia a garota sairia de seu quarto. O guerreiro então resolveu esperar até a próxima alva, ele aproveitou para descansar a sombra do castelo, o guerreio se espreguiçou e deitou enquanto sonhava com o dia em que chegaria ao seu destino e finalmente veria o Rei, não um rei como os que vemos por ai, mas, o Rei, o verdadeiro Rei. O viajante acordou, ele levantou-se e guardou A barraca, A barraca viu quando o guerreiro, pronto para seguir sua viagem ouviu um barulho atrás de si. O guerreiro se virou, seria a princesa que o acompanharia até o Rei ou seria outro viajante? Seria um assecla da velha bruxa? A barraca foi guardada e dormiu sem saber a resposta.