A MALA DA GATINHA FATUQUINHA
A MALA DA GATINHA FATUQUINHA- FÁBULA
A gatinha Fatuquinha tinha que mudar de casa, pois ali onde morava, adquirira asma.
Pediu aos seus amiguinhos, os animais da floresta, para ajudá-la a procurar uma nova casa...
E dias foram passando, até que o cavalo Adriano, seu mais novo e dedicado amigo, conseguiu achar uma moradia, que satisfizesse aos anseios da gatinha Fatuquinha.
No dia combinado para a mudança, todos os animaizinhos se ofereceram para ajudar a colocar as coisas da gatinha no caminhão. Embora ela não tivesse lá muitas coisas, devido a enchente que havia acontecido meses antes...
Como precisava de ajuda, aceitou, desde que fosse Joana, a joaninha, encarregada de tomar conta das coisas. A joaninha com lápis e papel na mão, dava o visto, enquanto eles punham tudo no caminhão...
Sim, ela era a melhor escolha para organizar tal tarefa:
Apesar da baixa estatura, tinha muita percepção, era decidida e de personalidade forte e transparente.
Na verdade, cada bichinho da floresta era um ser ímpar!
O garanhão Adriano, se encarregou de amarrar tudo, com uma corda bem forte, por cima do caminhão, ao terminar tudo.
A bicharada foi seguindo o caminhão, até o final da estrada.
Era ali, a tal casa que a gatinha agora moraria.
A gatinha Stella, amiga de longa data de Fatuquinha, desde os tempos da adolescência, agora era esteticista, mas, ao saber que sua amiga precisava de ajuda na decoração da nova casa, ofereceu-se para tal tarefa.
Stella gostava de cantar e Fatuquinha, de cantarolar...
As duas começaram juntas na maior animação! Fatuquinha foi para o piano tocar e cantar uma animada canção. MPB das antigas, dos anos 70/80, era as que elas mais gostavam de cantar...
Os animais acompanhavam fazendo aquela festa! Uns trazendo os móveis para dentro, e cantarolando juntos, outros com caixas de papelão nas mãos, dançavam animados...
Patty, a águia ibérica, vinda da Espanha para uma visita aos amiguinhos, dançava animada com suas castanholas, até que olhou da janela para fora...
Muito observadora, amiga de todos, de personalidade forte, e cativante ao mesmo tempo, disse para os demais:
- Não é melhor acabar logo com essa arrumação, gente? Olha, que já vai cair a tarde, logo escurece...
Todos concordaram.
No dia seguinte, a gatinha Fatuquinha, arrumando todas as caixas, para organizar finalmente sua nova casa, percebeu que faltava sua mala. Olhou daqui e dali e nada! Foi quando o seu novo amigo, Adriano, chegou para uma visita, saber se ela estava bem acomodada.
Ela disse então, ao amigo garanhão:
- Cavalo Adriano, minha mala sumiu!
- Como assim?
- Ela não está dentro de casa... Será que caiu do caminhão, na estrada? Não vou ficar de braços cruzados aqui... Tenho que agir!
O garanhão Adriano, quando soube do acontecido, prontamente se ofereceu para fazer uma reunião na clareira da floresta no sábado seguinte, quando todos estariam de folga.
Disse para a gatinha Fatuquinha:
- Melhor fazer uma investigação! Todos são suspeitos. Ninguém está livre disso não!
Na verdade, a gatinha não gostou do que seu amigo dissera:
Porque em seu coração amoroso, todos seriam incapazes de roubá-la!
Porém, uma atitude tinha que tomar... A gatinha Fatuquinha não tinha muita coisa na vida, não tinha interesse em coisas materiais, para ela, o importante era manter as amizades, ter o carinho e atenção e dar da mesma forma, aos seus amiguinhos... Temia que os animaizinhos da floresta, entendessem mal, tal investigação...
Triste com aquilo, Fatuquinha começou a agir de seu jeito:
Saiu perguntando a um e a outro bichinho que encontrava, se tinham visto uma mala pela estrada.
Ninguém!
Enquanto isso, o garanhão Adriano, começava sua investigação:
Saiu com sua lupa pela floresta, procurando pistas e pegadas... Mas, claro eram muitas, pela longa estrada!
A gatinha encontrou sua amiga, Stella, que saía de casa para fazer a estética da vizinhança.
Fatuquinha lhe disse lamentando:
- Amiga, estou tão triste! Na mudança, perdi minha mala... Logo isso foi sumir! Tinha tanto valor para mim...
- Não se preocupe, amiga. Vamos reunir os amiguinhos e pedir que procurem por todos os cantos. Iremos encontrar sua mala. O que ela tem dentro?
- Coisas muito minhas, segredos de gatinha...
- Vejo que nem a mim quer revelar... Tudo bem, mas, vamos procurar!
Veio bichinhos de toda parte, até os que não estiveram na mudança do dia anterior:
A ovelha Kátia que era terapeuta dos animaizinhos, o canário sertanejo Tay, a meiga corujinha Ivy, e a sorridente e até meio cômica, morceguinha Eliza...
A pergunta foi feita:
- Vocês viram a mala da gatinha Fatuquinha?
- Como? - dizia um...
- O quê? - dizia outro...
- Sumiu? - perguntou mais um...
A cadelinha Frann mostrou-se muito preocupada com tal sumiço... Afinal, ela era uma amiga querida da gatinha Fatuquinha e não queria que ela ficasse triste.
Frann era de bem com a vida, bonitinha, e muito certinha também! Não gostava de que seus amigos ficassem deprimidos com nada! Ela foi a motorista do caminhão, e se achava bem envolvida naquilo.
Começou a perguntar a um e a outro, o que fizeram depois da mudança.
A gatinha Fatuquinha ficou até sem jeito com a atitude da amiga...
Entretanto, Frann era uma cadelinha que levava muito a sério as coisas: Não admitiria que alguém houvesse roubado sua amiga!
Uma confusão então se formava:
Um bichinho acusava o outro, e Eliza com seu bom humor, a situação contornava...
Já o cavalo Adriano, queria dar uma de detetive Sherlock, e não se intimidava em cuidar disso...
Disse em alto e bom tom:
- Todos são suspeitos agora! Vou então, começar minha investigação...
Houve um burburinho...
A unicórnio Lílian (ser mágico que era), fez um encantamento para acabar com aquele reboliço, protegendo a todos, uns dos outros...
Muita justa e centrada, disse então, depois de realizar sua magia:
- Meus amigos, não é a gatinha que desconfia de vocês, é o garanhão Adriano, pois quer levar a fama de detetive, para se promover em meio a bicharada! Justiça tem que se fazer! Caso haja um culpado, vamos encontrá-lo! Mas, sem violências verbais, por favor!
Tendo dito isso, os bichinhos se afastaram, ainda um olhando desconfiado para seu vizinho...
Porém, aquele mal estar geral, havia cessado.
Durante quinze dias, a investigação foi realizada. Mas, o garanhão não encontrou nada...
A gatinha Fatuquinha nesse ínterim, recebeu a visita da unicórnio Lílian, muito respeitada por todos, era advogada. Muito centrada nas leis, e muito reservada também, pôs-se ao dispor da gatinha, caso quisesse processar alguém...
Entretanto, Fatuquinha era da paz, já não queria saber de mais nada:
Ficara triste pela confusão formada.
Não gostou de saber que seus amigos se estranhavam uns aos outros, suspeitando de cada vizinho.
Nada disso ela queria!
O leão da floresta, garboso que era, e rei da bicharada, não se achava suspeito de absolutamente nada...
Egocêntrico, achava-se o próprio sol do sistema solar!
E quando o cavalo Adriano veio interrogá-lo, se achou afrontado!
- Aonde rei Delonir Leão, sua majestade estava, no dia da mudança da gatinha?
- EUUUU? -gritou o rei
- Sim, Vossa Majestade...
- Que afronta! Não sabe que sou livre de qualquer suspeita?
- Ora, desculpe-me, rei Delonir Leão, mas, não é por ser o dono da floresta, que fica isento de investigação!
- Só pelo seu atrevimento engulo-te todo, cavalo rabugento!
E de uma só investida do rei Delonir, o garanhão Adriano, perdeu a vida...
A notícia correu rapidamente a floresta:
O encarregado de tal façanha, fora o esquilo Sílvio César, pois adorava "o circo pegando fogo"...
Ele era muito engraçado, entretanto, muito provocador também. Fazia musculação na academia da cidade.
E as moçoilas da floresta, o achavam cheiroso e atraente...
O esquilo Sílvio não parava quieto, sempre correndo de um lado para outro...
A cadelinha Frann, Joana, a joaninha, mais experientes que as demais, tinham ficado ressabiadas com o esquilo... Porque gente que muito ri, fazendo troça de tudo, tem que se ter certa desconfiança: Vai que esconde um segredo...
Já estivera antes na investigação do cavalo Adriano, e também ficara incomodado:
Onde já se viu? Desconfiar dele, logo o mais cobiçado!
A gatinha Fatuquinha ficara desolada: O rei dera cabo de seu amigo fiel, por causa de sua mala!
Nunca imaginaria tão triste final, para o garanhão Adriano...
Uma nova investigação fora decretada: Dessa vez pelo próprio rei Delonir Leão.
Achava que o culpado tinha que aparecer, antes que ele comesse os seus súditos por indignação!
A patinha Nanda, esperta, centrada, observadora, fora chamada: Estudava comportamento humano e isso, servia também para toda bicharada! Era também a melhor nutricionista da região! Passava dietas e ensinava a um e outro, a boa alimentação...
A patinha prontamente aceitou sua missão, afinal, seria um bom estudo prestar atenção a cada um...
Ela mesma já tinha pensado em iniciar uma investigação!
Nandinha, como era chamada pela gatinha Fatuquinha, de celular na mão, foi tirando fotos daqui e dali, gravando vídeos do cotidiano de cada animalzinho que estivera envolvido na mudança...
Ela chegou numa tarde de domingo, com seu violão na mão, na varanda casa de Fatuquinha, convidando-a para cantarem uma canção: Sabia que a gatinha gostava de "brincar de cantar", como ela dizia ronronando...
Os bichinhos da floresta, ouvindo a cantoria, se aproximaram, achando tratar-se da mais nova dupla sertaneja formada!
De fato, faziam uma boa dupla a gatinha e patinha... Pela diferença de idade entre ambas, podia-se dizer como mãe e filha!
A patinha Nanda na verdade, queria avaliar uma suspeita:
Sendo a gata Fatuquinha, tão desprovida de materialismo, (via-se pela casa mesmo, que nada tinha de luxo ou muito valor) não deveria ter na mala desaparecida, nada que outrem quisesse além dela própria!
O que seria então, de tão valoroso para a gatinha?
Teria de ser por certo, algo muito sigiloso e especial, pois ela até aquele momento, não revelara a ninguém o conteúdo da mala...
Depois disso, os animaizinhos retornaram cada um, ao seu local de origem.
Permaneceram somente ali:
Patty, a águia ibérica, Frann, a cadelinha, Stella, a outra gatinha, e a coelhinha branca Naná, com a patinha Nanda, que a gata Fatuquinha amava essas últimas, como filhas...
E bate papo pra lá, bate papo pra cá, a hora foi passando...
E já era noite, quando unicórnio Lílian chegou, com Ivy a corujinha, que só saía de noite, como toda coruja...
Essa, muito inteligente, já havia tido o mesmo pensamento que a patinha Nanda:
A mala de Fatuquinha tinha algo de especial, que só a ela importava... Será então que ela esquecida como era, e pelo déficit de atenção, não escondera dos outros no dia da arrumação, e não se lembrava?
Sim, talvez fosse por aí, a chave do mistério!
A unicórnio Lílian, tinha uma revelação e esperou até o final da noite, para fazer:
- Quero dizer minhas queridas, que havia feito um encanto de proteção para todos os bichinhos da floresta no dia da reunião.
A gatinha Fatuquinha disse:
- Mas, parece que para o garanhão Adriano, isso de nada adiantou... O rei Delonir o devorou!
- Você se engana! Tudo não passou de mera ilusão, por mim criada! Adriano, não é um cavalo, e sim, aquele gatinho apaixonado e amigo, por tempos desaparecido... Ele me pediu um encanto para ficar mais perto lhe observando, sem dar muito na pinta... Transformei-o em um garanhão garboso, mas, o encanto se desfez, quando o rei tentou comê-lo... Criei uma fantasia na cabeça do rei, de que ele o havia devorado, com muito bom grado... No entanto, ele escapou quando em gatinho, de novo se transformou...
- Ora, se tudo isso é verdade, aonde está o gatinho Adriano?
- Em minha casa, o castelo das fadas. Logo ele retornará. Aguarda somente meu aval...
- Ah, mas que maravilha! Fico aliviada, pois carregava um peso nas costas, da perda de um amigo...
Nesse momento da conversa, a patinha Nanda, reparou que a gatinha Fatuquinha estava sentada em cima de uma mala!
A coelhinha Naná, foi aprimeira a gritar:
- A MALA SUMIDA!
E todas se entreolharam, repetindo em coro:
- A MALA!!!
A gatinha pulou da mala para o chão e olhou... Sim, era a mala desaparecida!
Não teve jeito de não mostrar seu conteúdo, pois a coelhinha Naná, sempre muito esperta, foi abrindo sem pestanejar...
Ali continha lingeries de todo tipo e cores. A gatinha Fatuquinha, era apaixonada por essas coisas! Afinal, ela teve antes, alguns amores...
As amigas começaram, a revirar a mala e pediram a gatinha, se poderiam provar tais lindezas!
"Claro, o que é meu, é de todas as minhas amigas também!" - disse a gatinha.
Foi quase uma festa do PIJAMA...
Mas, já era começo da madrugada, quando o gatinho Adriano, surgiu na varanda miando...
Fatuquinha pediu que entrasse e ele se espantou com aquilo que encontrou: Todas ali,de lingerie!
A gatinha foi à cozinha e trouxe duas taças contendo vinho para brindar o seu retorno.
Para suas amigas, a gatinha ofereceu um bule com café quentinho, e distribuiu na poucas xícaras que tinha...
Depois do brinde feito, a gatinha revelou:
- Eu procurava tanto essa mala, porque o conteúdo verdadeiro, para mim é muito importante...
O gatinho Adriano que por ela era apaixonado, disse com ciúme:
- Sim, as lingeries que usou com seus amantes...
- Não! Imagine... Olhem no fundo da mala.
A corujinha Ivy e a águia Patty, foram as primeiras a olharem: havia um papel dobrado.
Naná tirou da mão da corujinha, pedindo licença, e leu pasma, dizendo alto:
- É UMA LISTA! E SABEM DE QUÊ?
A gatinha Fatuquinha respondeu antes dela dizer:
- São os nomes dos membros da IP!
A patinha Nanda, havia tido um sonho um dia antes, que ia ao tribunal falar em juízo, o que lembrava daquele dia... Um sonho alternativo, do que talvez seria:
..Lembro-me bem daquele dia ! Estávamos ajudando na mudança da Gatinha Fatú.
Para agilizar, ela e a Gatinha Stella, foram alguns minutos na nossa frente.
No caminhão de mudança, íamos a Coelhinha e eu (Patinha) cuidando do Espelho da sala, claro que a Gatinha Fatú, não é apegada a bens materiais, mas, aquele espelho é única ferramenta de "Selfie" que ela tem!
Joaninha estava grudada na cabine com medo de cair...
A corujinha e a unicórnio estavam batendo papo, sentadas numa poltrona empilhadas de coisas...
Foi quando eu vi a cadelinha e o esquilo, tentando empurrar uma mala para fora do caminhão, correndo ao lado, estavam o cavalo e o rei Leão de conchavos...
Fiquei assustada, e pedi para a coelhinha gritar! Ela gritou até ficar vermelhinha, foi quando a corujinha trouxe- nos um recado do Leão:
Dizia para ficarmos quietinhas, para não virar carne moída!
Joaninha levantou as mãos aos céus pedindo ajuda...
Estávamos coagidas, pois o cavalo correndo ao lado, estava relinchando algumas palavras de terror!
Melhor que todos ajudássemos a empurrar a mala da Gatinha ...
Oh ! Conseguimos derrubar a mala, com a coleção de Poesia da Gata Fatú !
Bem ... Na verdade, a mala que eles pegaram eram de “Lingerie Sensual” e agora inventaram que a mala sumiu! A mala estava escondida com o cavalo, lá no sítio em Saquarema ...
Na verdade, o sonho tinha um pouco de realidade: A mala continha as lingeries da gatinha!
Leia mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=312549 © Luso-Poemas
NOTA:
Escrita por mim, Fátima Abreu, mas, com argumento de mais duas pessoas:
Adriano de Alvarenga e Fernanda Freitas.
Cada personagem foi escolhido por um membro do nosso grupo na "Imaginação Poética" (grupo gerenciado por mim, no whats app) correspondendo a um animalzinho.