No Caminho de Santiago
17/11/2012
-Minha alma amarga um vazio tão completo de tudo.
Completo do tudo que não posso compreender.
Quando chego as margens do entendimento...Sinto dor.
Uma vergonha por chorar, pois eu sei que além deste revoltoso mar.
Um amor maior e sublime, esta de braços abertos a me esperar.
Fala inconformada moça que buscou a tranquilidade de um gramado a beira do caminho de Santiago de Compostela. Um peregrino que por lá também passa ouve o lamento da jovem e se aproxima sem ser por ela percebido. Deixando a revolta e a tristeza macular sua beleza a moça continua suas queixas...
-Olho para os caminhos já trilhados...
Sou filha da lua e em um balanço feito de flores estou a brincar.
Vejo o quão tão pouco vivi...
me redescobrir silencia minha alma...
E se um dia pensei muito saber.
hoje eu sei, que nem de longe posso ainda entender.
O viajante sorri, senta-se as costas da moça que se perdia na paisagem enquanto mais e mais jogava para fora seus sentimentos, talvez por se sentir segura, pensando que ninguém mais podia ouvi-la.
-Como é complexo viver quando tantos outros gritam dentro de nosso ser.
Como é difícil valorizar apenas a certeza do que não somos ainda capazes de vislumbrar.
Pergunto-me sobre a origem deste debater voraz
Sinto-me como um paralitico que quer andar
Mas as pernas não obedecem o comando do cérebro...
O viajante suspirou, escorregou a mãos por suas tantas sacolas como quem procura algo apenas servindo-se do tato, por fim achou uma garrafa pequena de metal que abriu para em seguida levar a boca e dar um grande gole, o que havia dentro da garrafa não dá para se saber, mas pelo prazer com que bebia, com certeza matava a sede. Mas nem o barulho do liquido passando pela sedenta garganta do homem tirou a mulher de seu estado de reflexão.
-Quando não se tem para onde ir, o que podemos fazer é ficar...
Mas o mais engraçado, é que se tem para onde ir...repousar e descansar...
Então não chamo esta luta de falta de opção...
O mundo é vazio...Não existe quem compreenda, é egoismo puro...Querer que alguém fale por mim, o que eu não consigo dizer.
Se alguém mais pudesse me ouvir, quem sabe poderia me responder.
A moça suspira leva as pequenas e brancas mãos ao rosto...e continua seu lamento e sua voz escapa abafada e os dizeres se misturam aos seus soluços magoados e involuntários.
Embora com pena da moça o viajante já achava graça da situação, não importa que movimento fizesse, simplesmente não era visto, isso o frustrava...
-O que mais me faz falta neste existir?
As estrelas?
Elas Brilham distantes e longe de mim...eu sei...
Posso vê - las, posso as sentir...Mas viva elas em seu espaço e viva eu acá...Perdida em sonhos e em dores que não valorizo, mas que se sobrepões a qualquer bem!
O viajante estica as pernas e apoia o corpo nos braços, com certo escarneio pensa:
“ Céus, que existência paradoxal...”
Mas logo seu espirito deixa o sarcasmo de lado e se pergunta mentalmente, já mostrando irritação nas rugas que se formam entre seus olhos e nos lábios que se contraem...
“Mas que “raios” de mulher complicada, que sentir é este que também me devora”
A continuação do lamento da mulher assusta o viajante que surpreso acredita ter tido os pensamentos lidos pela triste moça que também irritada continua a falar
-É o amor dos cadafalsos...Amaldiçoado pelas fronteiras
Por conta do mel maldito vicio comprado...
Minha nodoa
O nervo exposto de meu dente... ]
O viajante se levanta, e finalmente é notado, assustada a moça engole as lagrimas e ao erguer a cabeça se depara com olhos de fogo que a queima.
- Preazer Princesa - O viajante faz mesura ao mesmo tempo que entrega para a moça uma pequena concha - Vamos caminhar este sagrado caminho... Nada irei indagar, serei um silêncio menos solitário a te acompanhar, como o santo de gesso nas igrejas, que ouvem com seus ouvidos surdos a oração de seus devotos.
Eu, no entanto, não serei surdo, apenas a solidão também me castiga, junte a tua com a minha...
A moça deixa escapar um sorriso tímido, não fala com estranhos, mas aquele ela não conseguia afugentar, e depois de enchugar suas lagrimas sorri um tanto aliviada, e agarra a mão que lhe oferecia a concha do peregrino de Compostela, e de mãos dadas, tendo a concha entre elas, seguiram...
17/11/2012
-Minha alma amarga um vazio tão completo de tudo.
Completo do tudo que não posso compreender.
Quando chego as margens do entendimento...Sinto dor.
Uma vergonha por chorar, pois eu sei que além deste revoltoso mar.
Um amor maior e sublime, esta de braços abertos a me esperar.
Fala inconformada moça que buscou a tranquilidade de um gramado a beira do caminho de Santiago de Compostela. Um peregrino que por lá também passa ouve o lamento da jovem e se aproxima sem ser por ela percebido. Deixando a revolta e a tristeza macular sua beleza a moça continua suas queixas...
-Olho para os caminhos já trilhados...
Sou filha da lua e em um balanço feito de flores estou a brincar.
Vejo o quão tão pouco vivi...
me redescobrir silencia minha alma...
E se um dia pensei muito saber.
hoje eu sei, que nem de longe posso ainda entender.
O viajante sorri, senta-se as costas da moça que se perdia na paisagem enquanto mais e mais jogava para fora seus sentimentos, talvez por se sentir segura, pensando que ninguém mais podia ouvi-la.
-Como é complexo viver quando tantos outros gritam dentro de nosso ser.
Como é difícil valorizar apenas a certeza do que não somos ainda capazes de vislumbrar.
Pergunto-me sobre a origem deste debater voraz
Sinto-me como um paralitico que quer andar
Mas as pernas não obedecem o comando do cérebro...
O viajante suspirou, escorregou a mãos por suas tantas sacolas como quem procura algo apenas servindo-se do tato, por fim achou uma garrafa pequena de metal que abriu para em seguida levar a boca e dar um grande gole, o que havia dentro da garrafa não dá para se saber, mas pelo prazer com que bebia, com certeza matava a sede. Mas nem o barulho do liquido passando pela sedenta garganta do homem tirou a mulher de seu estado de reflexão.
-Quando não se tem para onde ir, o que podemos fazer é ficar...
Mas o mais engraçado, é que se tem para onde ir...repousar e descansar...
Então não chamo esta luta de falta de opção...
O mundo é vazio...Não existe quem compreenda, é egoismo puro...Querer que alguém fale por mim, o que eu não consigo dizer.
Se alguém mais pudesse me ouvir, quem sabe poderia me responder.
A moça suspira leva as pequenas e brancas mãos ao rosto...e continua seu lamento e sua voz escapa abafada e os dizeres se misturam aos seus soluços magoados e involuntários.
Embora com pena da moça o viajante já achava graça da situação, não importa que movimento fizesse, simplesmente não era visto, isso o frustrava...
-O que mais me faz falta neste existir?
As estrelas?
Elas Brilham distantes e longe de mim...eu sei...
Posso vê - las, posso as sentir...Mas viva elas em seu espaço e viva eu acá...Perdida em sonhos e em dores que não valorizo, mas que se sobrepões a qualquer bem!
O viajante estica as pernas e apoia o corpo nos braços, com certo escarneio pensa:
“ Céus, que existência paradoxal...”
Mas logo seu espirito deixa o sarcasmo de lado e se pergunta mentalmente, já mostrando irritação nas rugas que se formam entre seus olhos e nos lábios que se contraem...
“Mas que “raios” de mulher complicada, que sentir é este que também me devora”
A continuação do lamento da mulher assusta o viajante que surpreso acredita ter tido os pensamentos lidos pela triste moça que também irritada continua a falar
-É o amor dos cadafalsos...Amaldiçoado pelas fronteiras
Por conta do mel maldito vicio comprado...
Minha nodoa
O nervo exposto de meu dente... ]
O viajante se levanta, e finalmente é notado, assustada a moça engole as lagrimas e ao erguer a cabeça se depara com olhos de fogo que a queima.
- Preazer Princesa - O viajante faz mesura ao mesmo tempo que entrega para a moça uma pequena concha - Vamos caminhar este sagrado caminho... Nada irei indagar, serei um silêncio menos solitário a te acompanhar, como o santo de gesso nas igrejas, que ouvem com seus ouvidos surdos a oração de seus devotos.
Eu, no entanto, não serei surdo, apenas a solidão também me castiga, junte a tua com a minha...
A moça deixa escapar um sorriso tímido, não fala com estranhos, mas aquele ela não conseguia afugentar, e depois de enchugar suas lagrimas sorri um tanto aliviada, e agarra a mão que lhe oferecia a concha do peregrino de Compostela, e de mãos dadas, tendo a concha entre elas, seguiram...