O MONGE E O VISITANTE

O jardim de monastério aparentemente mantinha uma impressão impecável; um monge pass(e)ava entre os canteiros das flores perfumadas que havia plantado, teve seu braço puxado por um visitante que lhe disse: - Hei você! Suponho que seja o responsável pela manutenção do local, retire já aquela erva que nasceu de um dia para o outro pois esta está destoando daqui.

O pequeno monge desviou sua atenção para uma pedrinha entre a pele e o couro de um de seus chinelos dedo: “Por que será que uma erva daninha ao ser adicionada a paisagem incomodou tanto?! As coisas na Natureza mudam sempre automaticamente ao nosso bel prazer?“

Com tranquilidade retrucou ao visitante: - Você que discute sempre com as criações da Natureza... será que talvez não se faça necessário arrancar primeiro as ervas daninhas em seu interior? O caminho da estabilização não contem apenas aquelas flores.

Em seguida retirou a pedra no sapato abriu um largo sorriso completando - tenha um bom dia,lhe sou grato pela sua visita, porém no momento tenho que regar outras flores...

Moral da história: A Natureza nos proporciona visões para tudo... para que haja crescimento é imprescindível procurar o valor até nas intempéries na vida. (rosangela aliberti, Atibaia/abril 2013)

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Segue o teu destino...
Rega as tuas plantas;
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
de árvores alheias

[Ricardo Reis]


art by Christian Schloe
Rosangela Aliberti
Enviado por Rosangela Aliberti em 09/02/2016
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