Chorão

Veludo era um cachorrinho marrento, vivia implicando com os outros cachorros da matilha malhada. Além disso, era um bebê chorão... Bastava algum cachorro latir para ele, Veludo se desmanchava em lágrima, começava a uivar e fazer aquela barulheira no porão da casa do Sr. João, o dono da bicharada canina.

Os amigos do cachorrinho Veludo o apelidaram de Chorão. Afinal, o animal era pirracento e chorão.

A mãe do Chorão, uma cadela magra e valente, cuidava da cria. Quando ela se descuidava, o barulho dos desentendimentos entre os irmãos-cachorro ecoava por todo o quarteirão. Quando isso acontecia, D. Sutuba, mostrava os dentes para os filhotes e eles se aquietavam.

O pai, o cão apelidado de Lião, acordava cedo e ia caçar para alimentar a família. Bastava conseguir uma caça, lá vinha Lião esbaforido trazer a refeição familiar. E foram assim, todos os dias da família canina.

Um dia, ao voltar de uma das suas caçadas, escutou a confusão e reconheceu os latidos dos filhotes e o rosnar da D. Sutuba. Entrou no minúsculo cubículo e avisou:

- Vocês brigam enquanto eu saio para trabalhar, buscar o alimento de vocês. A partir de hoje vocês sairão para trabalhar. Cada um vai caçar para comer, se quiserem se manter vivos.

E assim foram todos os dias da família de Lião e Sutuba, pais e filhos trabalhando para sobreviverem.

Joyce Lima
Enviado por Joyce Lima em 16/12/2015
Reeditado em 17/02/2016
Código do texto: T5481670
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