Sobre Aves Migratórias e Homens sem Rumo

Certa vez , havia uma águia que sobrevoava um casarão, sempre que seus ocupantes se ofendiam com palavrões e termos de baixo calão. As brigas, cada dia mais escandalosas, atraiam um número cada vez maior de aves de tipos variados, que logo começaram a buscar pouso e preparar seus ninhos no sótão.

Cada dia mais a águia e outras aves traziam consigo mais companheiras, que começaram a causar um grande distúrbio com seus grunhidos e brados ferozes contra os que as ameaçavam de removê-las do lugar. As fezes e materiais putrificados incomodavam com seu odor não só os ocupantes mas os vizinhos e amigos, que evitam desde então visitar o local.

Houve quem trouxesse um biólogo e o mesmo disse sobre tão incomum reunião: "eis que a devastação do seu habitat fez com que estas aves migrassem para este casarão, onde por algum motivo encontrou conforto em meio a este lar.Espanta a minha ciência que aves muitas vezes inimigas viessem a se encontrar em comunhão junto a estas pessoas." Vendo seus ocupantes que seu silêncio afastava as impertinentes aves para outros lares pouco harmoniosos, começaram a perceber que a agitação das aves era um incômodo maior do que os pequenos problemas que os levavam a desunião.

Entendendo-se então e percebendo que certas palavras e modos de dizer poderiam atrair para o lar a pestilência das aves imundas e contaminar seus moradores, pensaram bem antes de discutir e se valia a pena em relação ao bando de aves que iriam fatalmente atrair. Depois daquele dia, nunca mais tais aves foram vistas na região a não ser de muito longe, sem que representassem uma ameaça a aquele lar, agora protegido.

Wendel Alves Damasceno
Enviado por Wendel Alves Damasceno em 26/10/2015
Reeditado em 27/10/2015
Código do texto: T5428224
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