No reino das corujas

 
     Nos parques de uma cidade bastante arborizada, localizada no centro-oeste brasileiro, viviam muitas corujas. Escolhiam as árvores mais frondosas e bonitas para construirem suas casas e faziam seus ninhos embaixo da terra, em busca de proteção contra os predadores naturais e  contra a ação destruidora de determinadas pessoas. 
     Bem protegidas, o número de corujas aumentava, considerando que a cada ninhada, nasciam cinco filhotes que eram cuidados pelo papai coruja. As corujinhas, sempre que percebiam a presença de um predador, emitia sons semelhantes ao sibilar de uma serpente e assim, iam enchendo o parque de corujas. Em uma dessas ninhadas nasceu uma corujinha diferente.
     A corujinha cresceu e se apaixonou por uma coruja do parque vizinho. Ela era muito ciumenta e queria a coruja só para si. Mas, por ser uma coruja de uma beleza espetacular e ter fama de filósofa, todas as outras corujinhas a cortejavam e isso incomodava a diferente corujinha. Afinal, era comum a bigamia entre a espécie. A filosofia da coruja conquistava o coração das corujinhas da cidade. Mas, a coruja dizia amar a corujinha:
     - Querida, eu amo você. Essas outras corujinhas não são importantes para mim. Eu vou mudar... 
     Mas, a coruja só aumentava o seu harém.
    Um dia, a corujinha não suportou ver a coruja em outros ninhos e resolveu ir para bem longe daquela cidade. Deixou um bilhete para a coruja, dizendo:
     - Cansei das suas mentiras e da sua falta de amor. Fui me amar e não volto.
     A corujinha partiu e nunca mais soube notícias da coruja que outrora amara.
     
     
     
     
     
Joyce Lima
Enviado por Joyce Lima em 17/10/2015
Reeditado em 23/10/2015
Código do texto: T5417735
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