O gavião e o pica-pau
Um pica-pau olhou para o gavião no alto de um tronco seco e disse-lhe, com desprezo:
– O sol está muito quente aí em cima desse tronco sem folhas?
Via-se clarear o dia, com seu desespero de aquecer a mata num serviço sempre rotineiro em meses de setembro a novembro. Os ventos do cerrado passavam empurrando um ar vibrante como um abano que traz o calor de um fogão a lenha. Os olhos do gavião tinham um semblante de decisão e coragem.
O pica-pau, que estava na ponta de um galho verde e fino, fez um gesto de que iria sair voando, mas, de repente, o gavião fez um voo rasante e abocanhou a ave.
Depois de devorar o animal, o gavião ponderou mais para si mesmo:
– Sim, mas do alto vejo melhor minhas presas!
MORAL: UMA PRESA NÃO DEVE ATIÇAR O CAÇADOR.