NOITE DO SACI PERERÊ
Em uma nostálgica tarde chuvosa, estou de volta à velha casa de fundos do outro lado da rua, para mais uma visita à boa velhinha dona Chiquinha.
Encontro-a fritando seus tradicionais bolinhos e o cafézinho fresco no bule esmaltado, sobre o fogão a lenha.
Sua alegria é evidente ao me ver, imediatemente leva-me à sala e sentamos frente à frente para mais um benzimento.
Dona Chiquinha pega um galho de alecrim que se encontra dentro de uma jarra de água sobre a mesa e faz com ele o sinal da cruz em meu peito dizendo:
___Nosso Sinhô Jesuis Cristo ti proteja e ti livre dos mar oiado pra nunca mais vortá, em seguida reza um pai nosso e uma ave maria, por três vezes consecutivas.
Retornamos à cozinha para o gostoso lanche da boa velhinha e ali ela narra mais uma de suas histórias maravilhosas.
Foi também em uma tarde chuvosa como aquela, que estando toda a família reunida na cozinha do sítio de Engenho Novo, quando ouviram um silvo agudo vindo do telhado, correram para ver qual animal se encontrava ali e nada avistaram, voltaram para dentro esquecendo o assunto.
Já ia bem tarde a noite e a chuva caia torrencialmente quando ouviram novamente aquele silvo angustiante e passos pesados sobre o telhado, o pai de Chiquinha aconselhou a todos que permanecessem deitados e saiu com sua velha garrucha para afastar o possível animal. Após algumas tentativas atirando para o alto não querendo ferir o animal, desistiu e já voltava para dentro quando avistou um ser estranho parado na porta, era um menino negrinho com olhos cor de fogo, um gorro vermelho, um cachimbo na boca e uma perna só, que assustado chorava como a pedir para entrar.
O pai de Chiquinha ficou estático não sabendo como proceder, o ser estranho deu novamente aquele silvo angustiante e desapareceu na noite escura, daquele dia que ficou gravado na lembrança de todos como a noite da visita do "saci pererê".
Como estragar as recordações de infância explicando à minha doce velhinha da casa de fundos, do outro lado da rua que, "saci pererê" nunca existiu, que é apenas uma lenda de nosso velho cancioneiro popular?
Em uma nostálgica tarde chuvosa, estou de volta à velha casa de fundos do outro lado da rua, para mais uma visita à boa velhinha dona Chiquinha.
Encontro-a fritando seus tradicionais bolinhos e o cafézinho fresco no bule esmaltado, sobre o fogão a lenha.
Sua alegria é evidente ao me ver, imediatemente leva-me à sala e sentamos frente à frente para mais um benzimento.
Dona Chiquinha pega um galho de alecrim que se encontra dentro de uma jarra de água sobre a mesa e faz com ele o sinal da cruz em meu peito dizendo:
___Nosso Sinhô Jesuis Cristo ti proteja e ti livre dos mar oiado pra nunca mais vortá, em seguida reza um pai nosso e uma ave maria, por três vezes consecutivas.
Retornamos à cozinha para o gostoso lanche da boa velhinha e ali ela narra mais uma de suas histórias maravilhosas.
Foi também em uma tarde chuvosa como aquela, que estando toda a família reunida na cozinha do sítio de Engenho Novo, quando ouviram um silvo agudo vindo do telhado, correram para ver qual animal se encontrava ali e nada avistaram, voltaram para dentro esquecendo o assunto.
Já ia bem tarde a noite e a chuva caia torrencialmente quando ouviram novamente aquele silvo angustiante e passos pesados sobre o telhado, o pai de Chiquinha aconselhou a todos que permanecessem deitados e saiu com sua velha garrucha para afastar o possível animal. Após algumas tentativas atirando para o alto não querendo ferir o animal, desistiu e já voltava para dentro quando avistou um ser estranho parado na porta, era um menino negrinho com olhos cor de fogo, um gorro vermelho, um cachimbo na boca e uma perna só, que assustado chorava como a pedir para entrar.
O pai de Chiquinha ficou estático não sabendo como proceder, o ser estranho deu novamente aquele silvo angustiante e desapareceu na noite escura, daquele dia que ficou gravado na lembrança de todos como a noite da visita do "saci pererê".
Como estragar as recordações de infância explicando à minha doce velhinha da casa de fundos, do outro lado da rua que, "saci pererê" nunca existiu, que é apenas uma lenda de nosso velho cancioneiro popular?