O LEÃO E O CAÇADOR

Era uma vez, um caçador que passava numa floresta vindo da caça com a sua gazela nas mãos, deparou-se com um Leão preso numa armadilha. Angustiado e faminto disse o Leão:

_ Compadre, esqueça o passado e ajuda o caçador igual, eis que estou aqui preso nessa armadilha e preciso que me soltes; já estou aqui há mais de três dias sem comer nem beber nada, ajuda-me por favor!

Comovido de compaixão, o caçador soltou o Leão e para ajudá-lo a matar a fome e saciar a sede, ofereceu-lhe a sua gazela e deu-lhe de beber; e o caçador pôs-se a andar. Ainda não estava à uns 10 quilómetros de distância, virou-se para trás e viu o Leão seguindo-o a correr. Surpreso, perguntou o caçador: _Que foi desta vez, amigo Leão?

_ É que, venho agradecer-lhe o favor que me fizeste e ao mesmo tempo a oferta que me deste, mas acontece que, eu não fiquei repleto! Ouvindo isso o caçador replicou: _ Oh, lamento companheiro! Tu bem viste que eu levava uma gazela única, cuja oferecei a ti, e já não tenho outra. Preferi ficar sem ela, oferendo-a a ti que muito faminto estavas para ajudar-te. No entanto em que posso ajudar-te de novo?

_ Ah, Vai desculpar amigo, preciso matar a fome e já que outra gazela não tens, tu serviras!

_ O quê?! Como pode ser? Estás a ser um ingrato colega. Salvei-te a vida livrando você do perigo, ofereci-te o que eu levava para jantar e dei-te de beber, mas mesmo assim ainda me queres comer?

Mas mesmo assim, nem com isso o Leão estava prestes a perdoar e disse: Vai desculpar, amigo… burro és tu, que a um inimigo seu deste de comer e beber e soltá-lo. Visto que não tenho outra alternativa, preciso me livrar da fome, vou mesmo te comer. Bem eu poderia te deixar ir, em recompensa daquilo que me fizeste, mas a verdade é que a fome me aperta!

O caçador que já nem soube o que fazer nem responder, ficaram ambos envolvidos numa discussão.

Candimba o “ Coelho”, que aí rondava e que ouvia mui atentamente a discussão lá do outro lado da mata, apareceu pondo uma canção nos lábios em assobios, querendo salvar o caçador e a si mesmo das garras do Leão, calmamente saudou-os dizendo: _ Boa tarde meus senhores, por acaso que está havendo aqui? Há uma festa ou que?

O caçador muito rapidamente explica ao Coelho a causa da confusão. O Coelho, fingindo de que não entendia, arranjando meio de se livrar a si mesmo e o Caçador das garras do Leão, perguntou o Coelho ao Leão:

_ Que está se passando meu senhor e meu rei? Ele não está me explicando devidamente, por favor diga-me pode ser que eu possa ajudar. O Leão não teve outra resposta então disse: _ O que ele te explicou.

Mas, mesmo assim ainda, o Candimba fingiu não ter entendido e disse: _ pode ser que eu entenda melhor, caso voltemos lá por favor até onde essa história começou para ver se resolvemos as coisas.

Lá foram os três, assim que chegaram a armadilha o coelho perguntou:

_ Como é que o senhor meu rei Leão, estava preso nessa armadilha? Gostaria de ver para que eu entenda e demos a solução ao caso.

Depois que o caçador voltou a colocar a armadilha arrumada, o Leão pôs se lá de novo sem saber que estavam querendo lhe manter lá preso, de boca cheia disse: _Eu estava assim.

Disse então o Coelho ao caçador: _ Amigo, vamos embora daqui; os malditos que não sabem agradecer, sempre são castigados. Lá foram os dois com ares vitorioso, e livres das garras do ingrato Leão que apesar do bem feito quis voltar o mal a quem lhe salvou a vida, deu-lhe de comer e de beber. Assim morreu o Leão preso sem que ninguém o salvasse.

Moral da estória:

Assim, serão todos aqueles que apesar do bem feito a favor deles e por ingratidão acabam desejando o mal em troca do bem, que os quais são como o Leão.

Moisés António
Enviado por Moisés António em 21/12/2014
Código do texto: T5076409
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