FELIZ DIFERENÇA
FELIZ DIFERENÇA
Era uma vez um lindo casal, ele chamava-se Dia, era branco e vivia andando pelo mundo, trabalhando de sol a sol, distribuindo calor e energia a todos seus amigos, que eram milhares. Ela chamava-se Noite e era linda como o que, uma negra linda, que adorava divertir-se, fazer amizades e também dormir bastante. Quando se conheceram, foi uma paixão avassaladora, ele branco como neve, ela negra como carvão, adoraram-se em seus contrastes extremos, queriam estar sempre juntos, mas seus compromissos eram distintos e só conseguiam ver-se rapidamente, duas vezes, mas, mesmo assim, aqueles momentos eram grandiosos, trocavam beijos e carinhos e curtiam-se sobremaneira, pois sabiam que só se encontrariam novamente passado algum tempo. As despedidas eram sempre ternas, ele ou ela chegando ou saindo, soltando devagarinho as mãos num adeus repleto de lisonja. Logo tiveram filhos, uma menina que chamaram Hora e dois meninos, respectivamente Minuto e Segundo.
Os três não se largavam, embora fossem muito diferentes.
Hora era tranquila, andava devagarinho, cheia de cuidados com seus irmãos menores. Minuto era mais ativo, gostava de passear por diversos lugares e curtir a paisagem. Já Segundo era um sapeca, não tinha sossego, vivia correndo sem parar um só instante. Iam juntos a todos os lugares, mas cada um a seu tempo e ritmo.
Era uma família repleta de diferenças, praticamente em nada se assemelhavam, fosse na aparência, fosse nos gostos e vontades, mas isso não impedia que se amassem muito e não conseguiam viver um, sem o outro. Eram um grande exemplo de uma família feliz, sem preconceitos e que respeitavam suas diferenças, vivendo em grande harmonia.
Que bom, se por aqui, nesta dimensão, todos pudessem viver assim, felizes para sempre.
Moral da história: Diferenças são sabedorias da providência, não devem gerar preconceitos e divergências, mas sim, afeto e fraternal convivência.