O CASTELO DE UMA CRIANÇA!
Quase toda férias, passamos meus pais e eu, com a vovó e vovô, longe da civilização urbana e onde tudo pode acontecer!
Acontece que Epaminondas, um homem muito sisudo e que não tinha cara de bons amigos, morava bem ali e todos os vizinhos diziam que ele comia carne de criança e que somente à noite era possível vê-lo passeando pelo jardim de seu castelo... se fosse noite de lua cheia, então, podia vê-lo até voando!
Curiosa, como toda criança, pus-me a vigiar o (castelo) do Epaminondas, peguei um binóculo e sentei-me num galho da árvore, a mais alta do jardim da vovó.
Dia após dia fiquei ali, horas e horas sem comer e nem beber água.
Lembro que eu já estava quase desistindo daquela loucura, quando senti um calor em meu ombro esquerdo, como se fosse o bafo de animal selvagem,Ggi de medo que fosse um urso, pois ali na região era comum dar de cara com um bicho desses.
O meu coração disparou, pois logo percebi que não era possível que um urso subisse naquela árvore e na altura que eu estava, não, não poderia ser; seria então o Epaminondas, que estava ali fungando no meu cangote e lambendo a minha cara?
Gritei por socorro e o grito foi tão alto, que assustou a vovó e acordou toda a vizinhança que chegou correndo, para ver o que tinha acontecido comigo.
O sol nem pensava em nascer e eu já tinha dado o meu show... Em meio àquele alvoroço, eu só pensava no Epaminondas e perguntava: cadê ele, cadê ele...?
Vovó pensando que eu falava do Mastim tomou a minha mão e colocou-a sobre a cabeça do meu cão napolitano um gigante, que nunca me abandona e naquele momento ele foi me acordando desse pesadelo medonho, com muita baba e lambidas!
Só pra lembrar, Epaminondas, é o avô mais doce e meigo que conheci!