O filhote e a rosa

Doces e cheirosos, botões desabrocham nos lábios do filhote. Lábios feitos para desabrocharem botões, patas para cavar um lar. Terra úmida, vamos à rosa.

[Uma Rosa]--Lá vem ele! Lá vem ele! Vou me preparar para o bote. De todas eu serei a mais vistosa, a mais cheirosa. Meus brotos vão finalmente nascer em terra nova. Até que ele é vistoso, fofo, úmido. Falo do filhote e da terra onde ele irá me soltar. É com ele que quero fazer essa viagem. Ah! o ar fresco da juventude...

[Um filhote]--Até posso sentir o sabor daquela textura suave, daquela pele... Quero passar a língua em cada pequeno detalhe, quebrar cada espinho, relaxar... Vai ser uma rosa só minha. Vou guardá-la num lugar só meu. Quem sabe ela cresce? Vou procurar a que tem mais brotinhos.

[Outro filhote]--Vou resistir ao meu desejo e vou abandonar meus instintos. Só quero ver a rosa brotar. Vou deixar que a sorte me deixe pegar a rosa certa.

[Alguém] --Lá vai ela! Lá vai ela!

Gabriel Dorio
Enviado por Gabriel Dorio em 14/03/2014
Reeditado em 14/03/2014
Código do texto: T4728528
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