A POÇA DE ÁGUA

 
Era uma vez uma poça de água que viu uma pedra e se apaixonou. O sinal foi aquele  frio na barriga que sentiu. Não soube explicar se foi por atração.  Nunca tinha sentido algo tão inusitado e especial. Era diferente de tudo que havia notado na sua rasa existência. A poça de água sentiu-se límpida, mais tranquila, o amor refletia no seu transparente jeito de ser. A luz que brilhava na superfície refletia no seu coração: É o amor! A pedra cintilava desejos nos olhos. Leve, solta e pura, a poça de água delirava de tanta felicidade. Sentia-se refrescante, calma, hipnotizada pela sensualidade do olhar, percebeu a vida fluir. Sonhava como nunca sonhou, cantava ao som da sinfonia da brisa que a colocava no estado de êxtase. Apaixonar-se por uma pedra era tudo. Nada comum poça de água nesse estado de tão perdida sedução. Mas quem pode lutar contra o amor? Amor é assim; não escolhe hora, nem lugar para acontecer. Tem amor que se manifesta com o simples olhar. A pedra e a poça de água, a poça de água e a pedra, tudo completo. É no amor que tudo se iguala. É no amor que tudo começa, duas vidas numa vida. É no amor que as qualidades superam defeitos. Era o equilíbrio e a harmonia para a inevitável união. A poça de água percebeu que a pedra estava se derretendo de paixão...Aconteceu. Foi a coragem e a doce entrega do amor incondicional. A pedra de gelo se derreteu e se uniu com a poça de água. Perdidamente apaixonados fizeram amor e foram felizes para sempre!
 
 
Alberto SL
Enviado por Alberto SL em 22/11/2013
Reeditado em 30/12/2013
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