MARIA ALADA

Maria nem bem adormecia, depois de mais um dia, se põem a sonhar - Via-se numa armadilha em uns poucos metros quadrados. Não reconhecia aquele lugar, que de luz nada havia, apenas as paredes se moviam. Perguntava-se mesmo em silencio, como chegou naquele lugar. Olhava a sua volta, não encontrava a saída e ao ver-se espremida entrar em prantos... As paredes eram duras, de temperatura fria e Maria então via-se sem saída... Cada vez as paredes aproximavam-se de Maria. Só resta-lhe então ajoelhar-se naquele chão a rezar o Pai Nosso. De repente ouve um estrondo, e as paredes se transformaram em tijolos de esponja. Maria então, incrédula, com o que acontecia, vê uma porta a se abrir e uma voz a lhe chamar. Venha aqui pra fora! Vamos conversar, pois você presa a esse cômodo, não lhe pertence esse lugar. Maria assustada, sem ver o que ouvia... Aproxima-se daquela porta... Olha para fora e vê um belo jardim com flores e muitas arvores com pássaros a cantar... Maria sente a aragem e a brisa no ar... Observa uma borboleta a voar naquele jardim. Maria se aproxima da linda borboleta que pousa em suas costas grudando-lhe as asas. Agora Maria pode voar. Ao sentir-se, então alada... Bate suas asas a levitá-la daquele chão. Aos poucos, vai ganhando os ares afastando-se do chão... Sente se em liberdade, contemplando o horizonte, planando no espaço, olhando além dos montes. Viajou por tantos espaços, conhecendo tantos lugares. Maria só não sabia que já estava amanhecendo o dia e que o sonho iria acabar.. e Maria então, espreguiçando-se em sua cama, abre os olhos devagarzinho, era hora de acordar.

Albertina Chraim