O BESOURO E O VAGA-LUME.
                        
Era uma vez um enorme besouro cascudo e feio que vivia perseguindo um alegre e bonito vaga-lume. Toda tarde, era só o pirilampo sair para o seu passeio diário, lá estava o irascível besouro, de tocaia, para persegui-lo. O vaga-lume escapava como podia. Mas já estava ficando cansado daquela brincadeira sem graça. Um dia resolveu encarar o importuno cascudão, que não lhe dava trégua.
– Hei cara, qual é a sua? Porque está me perseguindo?– perguntou o pirilampo ao besouro.
– Eu quero comer você – respondeu o besouro.
– Mas porque? Pelo que sei eu não faço parte do seu cardápio – respondeu o pirilampo.
– Você não faz parte do meu cardápio– respondeu o besouro. – Mas você me incomoda. Você é bonitinho, tem luz própria. As pessoas olham para você com ternura e admiração. Os poetas se inspiram em você para fazer versos. Eu, ao contrário, sou olhado com constrangimento e horror. As pessoas têm medo de mim. Por isso vou comer você. Quem sabe esse seu brilho possa passar para mim.
O besouro matou o pirilampo e o devorou. Cinco minutos depois estava morto, intoxicado.  Ele não sabia que a enzima que faz o pirilampo brilhar é venenosa.
Moral da história. Não deixe o sucesso alheio envenenar você. 

 
 
O BESOURO E O VAGALUME