PIOPARDO A ORIGEM

PIOPARDO A ORIGEM.

Nas piscinas de água quente da Pousada, tudo corria morno, de repente uma moça grita que lhe beliscaram a coxa, ninguém por perto, não se via nada, o dia estava claro e todo mundo muito feliz.

Três moças conversam com o garçom do bar molhado e falam:

- Estranho ninguém por perto e o beliscão foi forte...

- Deve ter sido outra do PIOPARDO, diz o garçom.

Era um animal, era uma ave, era uma coisa estranha...

A sua origem veio quando no platô da serra tinha um vulcão, isso faz

il, il não ões, ões de anos, então o senhor das lavas resolveu extinguir aquele vulcão. Na fase de transição num efeito inexplicável das bolhas de larvas em ebulição, surgiu esse espécime raro para habitar o platô. Coberto de penas, pernas pequenas RAJADAS COMO LEOPARDO e BICO de papagaio, mas com uma deformação anatômica, com três olhos. O olho do meio era o olho da consciência.

Para a maioria dor mortais, agora também já existentes, POIS A ORIGEM DELES é muito anterior o da raça humana, ele tem a característica de sempre ser invisível, mas quando quer dependendo da situação, aparece...

Bem as três moças numa paquera danada com o garçom, uma delas lhe pergunta:

- Você conhece algum fato estranho por aqui, ou alguma pessoa?

- Sim conheço, são três sócios que sempre estão por aqui. "Barulham" tudo, mechem com as moças, bebem muito, mas respeitam as piscinas. Nunca “mijam” nelas.

- Uai, mas porque ?

- É pela amizade que eles tem com um PIOPARDO.

Três velhinhos que de soslaio ouviam a conversa, encabularam do xixi com o PIOPARDO, conversa daqui, conversa dali, ficaram sabendo que ele eram vistos no platô da serra, perto do vulcão, mas o velhinho mais sabido diz:

- Tem vulcão não, eu já voei pelo platô e não vi nenhuma cratera.

Bem não existe cratera, mas que os PIOPARDOS vivem por lá, isso é verdade e descem para as piscinas só quando sentem vontade de "barulhar". Não alimentam de nada a não ser comida fluídica emanada de freqüentadores, uns gostam de sanduba, outros de whisky, cerveja redonda, etc e tal. Esse hábito mudou desde da extinção dos POPETES. Durante algum tempo alimentavam daquelas bolinhas sem graça, mas gosto é gosto e não vou discutir gosto de PIOPARDO.

Voltando ao papo das moças com o garçom ele continua:

- São três jovens legais. Um é “altão” e branco, outro é de pele mais queimada, altura mediana, cabelo raspado e quando deixa crescer é encaracolado, bebe um Wisky adoidado, e ainda tem um menor, magro e mudo, mas quando precisa fala, digo “barulha”. O TIZIL, que é o PIOPARDO mais velho gosta muito deles. Ao estarem bêbados alimenta todos os PIOS. Sempre são intuídos de onde achar traquinices, dinheiro fácil e mulher as pampas. “Barulham-nas” tanto que não é raro arrumá-las às pencas. O Lacaio é o nome de um dos jovens é o mais mulherengo, não perde uma viagem.

- Uê, mas PIOPARDO gosta disso também?...

- Gostam mais são hermafroditas, eles se reproduzem assistindo o prazer dos outros.

- Como assim ?

- Assistindo Uai. Esses dias mesmos, é maneira de falar, de madrugada, duas sócias de Goiânia se engrassaram com um professor da equipe Boto, a tranza foi filmado, uma suruba completa, o professor demitido e o bando de PIOPARDO duplicou.

- Como fazem para descer do platô ?

- Pelo pensamento do humano é o meio de transporte mais rápido, pensou, chegou. O PIOPARDO não pensa ele vive ligado aos instintos dos humanos. Nem o som, nem a luz são mais rápidos do que o pensamento. Eles chegam encostam nas pessoas e vão sugando-as, apossando de seus fluídos, beliscando e alimentando, bebendo e reproduzindo, sem precisar de passar a carteirinha para pagar, para eles tudo é de graça...a sua existência individual e efêmera...Os bares molhados é onde são mais atraídos,

Os três velhinhos que foram tomar banho no posso do Governador, estavam de novo ouvindo a conversa. Ocorreu-lhes uma grande ideia, principalmente a parte final, tudo de graça. Com um desses vamos ficar livres dos preços altos das coisas de comer daqui.

- Vamos capturar um PIOPARDO.

Mas como ? Todos eles já fizeram xixi nas piscinas, agora mesmo lá no poço do Governador. Se ele fazia porque os velhinhos não ?...

- Bem o mais esperto teve uma grande ideia, um concurso para ver quem nunca tinha mijado nas águas. Que termo "Chulo" esse “mijado” vamos ser mais educados, falou a esposa de um deles, vamos falar urinados. Conversa vai conversa vem vamos falar xixi mesmo, que é um termo mais “agoianado”.

A notícia do concurso espalha-se, mas cada vez aumentava a dificuldade, como o PIOPARDO lê a consciência humana, ninguém se candidatou.

Um velhinho de "enta”, “enta” o que setenta, não, oitenta, não, noventa e tantos, na altura do campeonato não havia necessidade de saber os tantos. Resolveu candidatar-se, mas só poderia ir na manhã seguinte. Naquela noite ia assistir o último capítulo de "Duas Caras" é sim aquela novela que teve uma coisa boa : não prestou no começo, no meio e nem no fim.

Mas como o velhinho era muito velhinho para caçar PIOPARDO, foi montada uma estratégia especial. Tudo valia a pena para ter a posse de um PIOPARDO, já pensou, bebida, comida e até mulher a vontade e de graça. Levar dois jovens da equipe Boto para transportar o oxigênio a maca foi preciso, pois o velhinho não daria conta de subir a rampa.

Já lá em cima do platô, perceberam que tinha muita gente, resolveram dispensar a equipe Boto e ficaram os Valinhos, mais novos donos da idéia, um pouco mais longe escondido, deixando o velhinho de noventa debaixo de um arbusto a espera da caça. TIZIL, o PIO MAIS ESPERIENTE, sabendo de tudo, escalou Zeferino, o Piopardo gazeteiro para fazer a recepção. Ele com mais dois companheiros materializaram pero de onde estavam o velhinho de noventa reconhecendo nele o Senhor Pedro, o mais “mijão” de todos. Os velhinhos mais novos fotografam, digo "celularizaram" tudo de longe. Sr. Pedro os vendo pegou uma pequena rede em forma de cone e foi devagar com as pernas tremendo cumprir a sua missão. Chegando próximo na hora de jogar a armadilha os PIOPARDOS desapareceram. Os velhinhos mais novos chegaram reclamando:

- Como é seu Pedro o senhor não falou que nunca havia feito xixi.

- Xixi não, eu só faço “pipi”...

Nessa altura houve uma explosão, cheiro de enxofre no ar, labaredas saindo do chão iluminando o platô...Os mais CINEMATOGENIOS ligaram o tato ao filme VULCANO. Na segunda explosão eu caio da cama, acordo atordoado com o pesadelo que acabo de ter.

Goiânia, 20/10/2013.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 20/10/2013
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