Uma anedota conta que Jesus, certa vez, estava ensinando na beira do lago Genezaré. Para se situar melhor frente á multidão, ele costumava ficar dentro de uma barca, á certa distância da margem, para que assim a platéia, acantonada na praia, pudesse vê-lo e ouvi-lo melhor. Um dia, um sujeito chamado Isaque, conhecido na região como aproveitar e avarento em extremo, se posisionou na praia para ouvir o mestre, que segundo todos que o ouviam, dava grandes lições de sabedoria, de graça. Mas Isaque era tão avaro e malandro que não se contentou em ficar na margem para ouvir o mestre. Quis se postar na frente de todos, para poder ouvir melhor, e não perder nada da lição gratuita que o mestre ia lhe dar. E se adiantou tanto que escorregou e caiu na água. A água ali era funda, pois se tratava de um local onde os barcos ancoravam. Isaque, que não sabia nadar, começou a se debater e engolir água. Muitas mãos se estenderam para ele, tentando puxá-lo para a margem.
− Mé dá sua mão, Isaque − diziam eles – para que possamos puxá-lo para fora dágua.
Mas Isaque continuava a se debater, sem pegar em nenhuma das mãos que se estendiam para ele.
Foi então que Jesus, chegando com o barco perto dele disse: − Isaque, tome minha mão.
E ele, imediatamente pegou na mão do mestre, que o puxou para dentro do barco.
Mais tarde, os discípulos de Jesus lhe perguntaram: − Porque Isaque recusou todas as mãos que lhe foram estendidas e a sua não?
Jesus respondeu: − Isaque é um homem avarento. Homens como ele preferem morrer mas não dão nada a quem lhes pede alguma coisa. Eu não pedi que ele me desse a sua mão, mas sim, ofereci a minha.