BURRO ESPERTO, CAVALO BURRO 
Um cavalo e um burro discutiam sobre qual o tipo de carga eles deveriam levar. Eles pertenciam a um tropeiro que transportava cargas de um lado para outro no sertão em que ele vivia. No caso, eles estavam com dois fardos para transportar. Um deles era uma carga de açúcar, que devia ser levada de um pequeno engenho até a cidade mais próxima e o outro era um fardo de buchas vegetais, que o dono do pequeno engenho tinha vendido para o supermercado da cidade.
Burro e cavalo discutiam quem devia levar o que. O cavalo, á sua maneira, convenceu o tropeiro que ele, sendo mais bonito e mais inteligente que o burro, devia levar a carga mais leve, ou seja, as buchas. Assim, o tropeiro atou o pesado fardo de açúcar nas costas do burro, e o fardo leve de buchas no cavalo, e lá se foram os dois, pela estrada.
“ Você é burro, mesmo”, relinchou ele para o companheiro.”Burro tem se ferrar.”
E lá se foram os dois pela estrada, o cavalo trotando alegre, com sua leve carga de buchas, e o burro, todo arqueado, andando com dificuldade, com a sua pesada carga de açúcar.
Depois de andarem alguns quilômetros, chegaram á margem de um rio. As violentas chuvas que caíram nos dias anteriores haviam destruído a ponte. As águas já haviam baixado, mas o rio era largo e profundo. Como era preciso atravessá-lo, o tropeiro fez uma pequena jangada com troncos, subiu nela e amarrou os dois animais num dos troncos, para que eles fossem a nado.  Á medida em eles que iam avançando em meio ás águas, o burro começou a se sentir cada vez mais leve, pois o açúcar foi se dissolvendo. O cavalo, ao contrário, começou a ficar cada vez mais pesado, pois as buchas iam absorvendo a água e inchando.
Resultado. O burro conseguiu chegar até a outra margem, mas o cavalo foi arrastado pela correnteza e morreu afogado. Moral da história: esperteza, quando é demais, vira bicho e come o dono.
                                                                                        
 
 
BURRO ESPERTO, CAVALO BURRO