O CURUMIM E O GAVIÃO
Conta uma fábula que em uma aldeia nos confins do Brasil, quase na divisa com o Peru existia uma tribo de índios que habitavam as margens do rio Curanja afluente do rio Purus. Era uma tribo de indios altivos, fortes e orgulhosos dos seus usos e costumes herdados dos ancestrais, falavam uma língua única em toda a nação.
Rezava a tradição que deveria haver cerimonial de passagem da meninice para a adolescência, da adolescência para a juventude adulta, só quando então, havia os embates entre os jovens ao ingress à categoria de guerreiros. Eram únicos nesse afã de tradição. enquanto demais tribos tinham um só ritual e com inserção de torturas,. Introdução de mãos em "luvas" de palha e embiras cheias de formigas de forte venenos nas picadas, isolamentos etc. As jovens inciadas em muitas tribos tinham as pernas fortemente amarradas com embira e nos ressaltos produzidos na carne de pernas e coxas recebiam lanhos de lâminas cortantes. Existiam muitos outros rituais de iniciação...
Mas apenas, trata-se de uma introdução, para apontar a diferenciação daquela tribo de altivos guerreiros, que ao invés de desmerecer seus filhos e filhas, os enalteciam, em cerimoniais, onde seriam primeiros iniciados a guerreiros e passagem a mulheres aptas a se casarem, aqueles que mais se destacassem nas habilidades que ostentavam. As jovens na elaboração das vestimentas paramentadas e mais vistosas para os homens, visto que, a região onde viviam, tinham que usar vestimentas pelo frio fustigante vindo dos Andes. As mulheres dessa tribo Caxinaua em seus primórdios de onde vem esta lenda, eram excelentes tecelãs, com os fios do algodão. Faziam elas para os hmens o cushmã", que ao sairem para a caça estavam protegidos do frio intenso que descia dos andes entre maio a setembro.
Os jovens, conta-se então, tinham que demostrar suas habilidades nas corretezas, na época em que os rios no inverno da região subiam com o derretimento das geleiras em suas nascentes, com suas embarcações feitas por eles mesmos, na caça, com arco e flecha e suas longas lanças, tinham que abater a caça, sem que ela ficasse sofrendo, tinham que ser eficientes no abate rápido. Tinham que ser exímios escaladores de montanhas cuja região vizinha ao Perú era pródiga em altos e escarpados picos. Tal destreza não era só puro lazer, mas motivo de sobrevivência.
Quando rareava a caça nos vales, or fuga dos próprios animais ao anteplanos e pontos mais elevados os guerreiros caçadores tinham que buscar o alimento onde eles estivessem.
Um curumim aspirante ao próximo posto de adolescente, que na verdade era um curto estágio para se tornar um guerreiro, lançou mão aquele dia, de seu arco e a aljava munida de muitas flechas, armas de sua própria feitura e embrenhouse na densa vegetação rica em pinus de várias espécies. Logo pela manhãzinha, o frescor da névoa descendo das alturas andinas, empregnava o ar com o perfume balsâmico das resinas e folhas dos pinus, batidas pelos ventos gélidos.
O indiozinho Nauapí, com seus olhos treinados pelos mais velhos, desde pequenino, avista um soberbo gavião real, quase uma águia em tamanho. Estava o grande pássaro praticando, mal sabia, a mesma atividade que Nauapí - caçando. Um pequeno barulho sobre folhas secas, fez o gavião voltar seus olhos amarelos penetrantes em direção a Nauapí. Onde sobrava a audácia, faltava a experiência ao pequeno Caxinaua que interpretou um eminente ataque do grande gavião.
Retesou seu arco munido de longa flecha, e como o gavião se voltou para o movimento de Nauapi, por um instindo rapinante apenas, recebeu certeira flechada no ereto e imponente peito. Tão rápido foi o trespasse do projetil ponteagudo e munido de penas, que o gavião não se moveu e ainda não havia sangrado, e ainda pode dizer ao curumim:
- Meu pequeno irmãozinho das selvas, morrer todos nós teremos que morrer um dia, mas o irônico mesmo desta minha morte, é ter sido por uma flecha guiada por minhas próprias penas.
Rezava a tradição que deveria haver cerimonial de passagem da meninice para a adolescência, da adolescência para a juventude adulta, só quando então, havia os embates entre os jovens ao ingress à categoria de guerreiros. Eram únicos nesse afã de tradição. enquanto demais tribos tinham um só ritual e com inserção de torturas,. Introdução de mãos em "luvas" de palha e embiras cheias de formigas de forte venenos nas picadas, isolamentos etc. As jovens inciadas em muitas tribos tinham as pernas fortemente amarradas com embira e nos ressaltos produzidos na carne de pernas e coxas recebiam lanhos de lâminas cortantes. Existiam muitos outros rituais de iniciação...
Mas apenas, trata-se de uma introdução, para apontar a diferenciação daquela tribo de altivos guerreiros, que ao invés de desmerecer seus filhos e filhas, os enalteciam, em cerimoniais, onde seriam primeiros iniciados a guerreiros e passagem a mulheres aptas a se casarem, aqueles que mais se destacassem nas habilidades que ostentavam. As jovens na elaboração das vestimentas paramentadas e mais vistosas para os homens, visto que, a região onde viviam, tinham que usar vestimentas pelo frio fustigante vindo dos Andes. As mulheres dessa tribo Caxinaua em seus primórdios de onde vem esta lenda, eram excelentes tecelãs, com os fios do algodão. Faziam elas para os hmens o cushmã", que ao sairem para a caça estavam protegidos do frio intenso que descia dos andes entre maio a setembro.
Os jovens, conta-se então, tinham que demostrar suas habilidades nas corretezas, na época em que os rios no inverno da região subiam com o derretimento das geleiras em suas nascentes, com suas embarcações feitas por eles mesmos, na caça, com arco e flecha e suas longas lanças, tinham que abater a caça, sem que ela ficasse sofrendo, tinham que ser eficientes no abate rápido. Tinham que ser exímios escaladores de montanhas cuja região vizinha ao Perú era pródiga em altos e escarpados picos. Tal destreza não era só puro lazer, mas motivo de sobrevivência.
Quando rareava a caça nos vales, or fuga dos próprios animais ao anteplanos e pontos mais elevados os guerreiros caçadores tinham que buscar o alimento onde eles estivessem.
Um curumim aspirante ao próximo posto de adolescente, que na verdade era um curto estágio para se tornar um guerreiro, lançou mão aquele dia, de seu arco e a aljava munida de muitas flechas, armas de sua própria feitura e embrenhouse na densa vegetação rica em pinus de várias espécies. Logo pela manhãzinha, o frescor da névoa descendo das alturas andinas, empregnava o ar com o perfume balsâmico das resinas e folhas dos pinus, batidas pelos ventos gélidos.
O indiozinho Nauapí, com seus olhos treinados pelos mais velhos, desde pequenino, avista um soberbo gavião real, quase uma águia em tamanho. Estava o grande pássaro praticando, mal sabia, a mesma atividade que Nauapí - caçando. Um pequeno barulho sobre folhas secas, fez o gavião voltar seus olhos amarelos penetrantes em direção a Nauapí. Onde sobrava a audácia, faltava a experiência ao pequeno Caxinaua que interpretou um eminente ataque do grande gavião.
Retesou seu arco munido de longa flecha, e como o gavião se voltou para o movimento de Nauapi, por um instindo rapinante apenas, recebeu certeira flechada no ereto e imponente peito. Tão rápido foi o trespasse do projetil ponteagudo e munido de penas, que o gavião não se moveu e ainda não havia sangrado, e ainda pode dizer ao curumim:
- Meu pequeno irmãozinho das selvas, morrer todos nós teremos que morrer um dia, mas o irônico mesmo desta minha morte, é ter sido por uma flecha guiada por minhas próprias penas.