O Ferreiro
Na Grã Bretanha a muitos anos atrás na época que existiam os grandes senhores da burguesia, lordes e condes era costume entre os nobres a caça á raposa, tratava-se de um evento único onde os nobres se organizavam, montavam seus belos corcéis vestiam roupas especiais e levavam consigo suas armas, quando atingiam as presas levavam consigo cães treinados e lhes traziam o animal abatido. Estes por sua vez
torvam-se belos troféus, e eram confeccionados casados para suas amadas namoradas e esposas.
Numa dessas caçadas um jovem lorde filho de um conde muito respeitado na corte avista uma bela espécime aponta cuidadosamente sua arma e a dispara, á alguns metros dali havia um campo de cevada e um pobre camponês colhia, este é seriamente atingido, os nobres seguiram naquela direção com seus cães em busca da presa, más se deparam com o camponês caído, o examinam e observam que nada mais pode ser feito pelo rapaz.
Próximo ao local existe uma casa e ao lado um estaleiro onde trabalhava Jonatan um ferreiro, pai de dois filhos e por sinal muito honesto.
Os nobres pedem ao lorde que não se preocupe, eles sabiam que todo crime cometido era punido com a forca, e o jovem lorde com sua arma não deixava duvidas do crime.
Um conde que acompanhava a comitiva tomou a arma do lorde e a levou até o galpão onde trabalhava o ferreiro, colocou a arma em pé na porta e chamou pelo ferreiro, que saiu prontamente.
Os demais cavaleiros observaram a figura simples e mal vestida sair do galpão, então o conde lhe disse, come se chama, meu nome é Jonatan, sou ferreiro em que posso lhes ajudar, essa arma é sua, não Senhor, nunca tive uma arma na vida, pois está ai em sua porta e notamos que foi disparada, á alguns metros daqui encontramos um cadáver de um camponês, más eu nem sei atirar, tão pouco sai daqui. O Senhor esta preso e será levado a corte para ser julgado.
Desceram do cavalo amarraram uma corda em suas mãos e foram puxando-o até a cidade, este reclamava a todo instante ser inocente, más ninguém lhe dava ouvidos.
Ao chegar á corte guardaram suas armas em na casa de um dos condes e levaram o ferreiro ao delegado, com a arma contando toda historia segundo suas versões.
O pobre Jonatan foi preso e chorou muito pois sabia que nenhum mal tinha feito alem do que conhecia o camponês e chorava por sua família.
Passaram-se dois dias e levaram Jonatam para julgamento, naquela época tudo acontecia muito rápido, o salão estava cheio, amigos do ferreiro indignados, e muitos membros da corte,o lorde que havia atirado era sobrinho do Juiz, este conhecia a historia verdadeira relatada secretamente por um conde, por isso ele estava determinado a livrar o sobrinho de qualquer culpa condenando o pobre ferreiro, que servira de bode expiatório.
Naquela época a igreja tinha um poder muito forte na burguesia e presentes ali também estavam o bispo e alguns padres, o pobre ferreiro sabia que iria ser condenado de qualquer forma, más em seu intimo fez uma oração e pediu a Deus que o ajudasse, lhe desse sabedoria como um dia fizera ao rei Salomão.
Foi então que num impulso teve uma ideia pois sabia que estando o clero presente dificilmente teriam coragem de afrontar a Deus.
Quando o juiz pronunciou o ocorrido perguntou ao réu se ele tinha algo a dizer em sua defesa, diante dos fatos e dos relatos dos nobres que o acusaram.
Jonatan pediu ao Juiz para se aproximar da mesa, este lhe concedeu o pedido, ele virou-se para o público e disse ao Juiz, com a sua permissão eu peço que permita que Deus julgue a minha inocência, diante do clero e do povo o Juiz sorriu, então o ferreiro pediu que o Juiz escrevesse em dois pequenos papeis as palavras inocente e culpado, sendo que ele retiraria um papel e pela vontade de Deus essa seria sua sentença.
O Juiz bem como os nobres acharam um absurdo, pois diante dos fatos e testemunhos, não havia porque se submeter a vontade do réu. Más o Bispo e os padres ali presentes interviram pelo ferreiro, dizendo sim devemos deixar pois somos todos tementes a Deus.
O Juiz por sua vez acabou concordando, más queria de toda forma condenar Jonatan e livrar o sobrinho completamente. O ferreiro por sua vez sabia que o Juiz iria escrever dois papeis com a palavra culpado, e o deixou prosseguir. Escreveu dobrou os pequenos papeis e os apresentou ao ferreiro, este apanhou um dos papéis e rapidamente colocou na boca mastigou e engoliu.
Todos ficaram intrigados e a balbúrdia no plenário foi geral, o juiz por sua vez achou um absurdo o que Jonatan tinha feito e mandou que os guardas o levassem para forca.
Jonatan por sua vez pediu licença, o juiz lhe disse o que quer ainda depois de tal afronta, Sr. Juiz o Sr. escreveu dois papeis um com a palavra inocente e outro culpado, eu engoli aquele que deveria ser minha sentença,então que a vontade de Deus seja feita.
Diante do pedido o Juiz ohou para o Bispo e o clero que fizeram sinal afirmativo com a cabeça, então ele não teve outra alternativa a não ser abrir o papel que logicamente estava escrito culpado, então todos concordaram que se ali estava escrito culpado o ferreiro só poderia ter tirado e engolido a palavra inocente, então o juiz ordenou que o ferreiro fosse solto, este feliz agradeceu a Deus em seu pensamento e se retirou do local para sua casa.