O GALO E A RAPOSA
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Mestre Galo resolveu se abrigar da noite na copa mais alta de um ingazeiro. Quando amanheceu, o Mestre Galo, como de costume, cantou ao despertar. Dona Raposa, faminta, que não tinha o inconveniente em almoçar carne com penas, ao escutar o canto de Mestre Galo, se aproximou da árvore. Ao se aproximar, observou que a tanta altura não podia alcançar Mestre Galo; procurou, então, valer-se da astúcia.
— Olá! Mestre Galo, disse, de que tem medo? Porque sobe tão alto? Você não está sabendo que foi feita a paz eterna entre todos os animais! Como ainda não lhe foi comunicada tão grata noticia? Acabou essa história de ficar tentando agarrar os outros para comê-los. Agora vai ser tudo na base da amizade. Desça para a gente conversar com calma sobre a grande novidade!
Percebeu Mestre Galo a mentira; porém, dissimulando, fingiu que estava vendo uma coisa lá longe. E respondeu:
— Muito me alegro com a notícia, e já desço para mostrar-lhe o meu contentamento, mas acho que estou vendo chegando uns cães. Vamos junto com eles festejarmos tão bela paz.
— Aí vêm cães? – perguntou Dona Raposa - Nesse caso acho melhor eu ir embora.
— Que é isso Dona Raposa? – disse Mestre Galo – Por favor, não vá ainda! Já estou descendo! Não me vá dizer que está com medo dos cachorros nesses tempos de paz?!
— Não, não é medo – disse a raposa - mas... pode ser que eles ainda não saibam da paz.
E safou-se mais ligeira do que tinha vindo.
Moral: Cuidado com as amizades muito repentinas. É o conselho da prudência; dissimular é o melhor meio de evitá-la. ®Sérgio.
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Nota: Este texto está baseado na fábula homônima de Jean de La Fontaine.
Se você encontrar erros (inclusive de português), relate-me.
Agradeço a leitura do texto e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!