A formiga hipócrita
Entre as formigas operárias, havia uma que dizia a suas companheiras de trabalho:
-Temos que lutar por justiça e respeito. Não é justo que uns explorem os outros nem que nos tratem como se fôssemos inferiores.
E essa formiga fazia discursos inflamados contra a exploração, os severos castigos impostos às formigas operárias e dizia que deveriam se unir e reivindicar seus direitos perante a rainha.
-A rainha deve aprender que deve tratar a todos com igualdade e justiça!
Com o tempo, essa formiga foi se tornando uma espécie de líder, ouvida e seguida pelas companheiras operárias. Um dia, após o fim do turno, combinou com as outras:
-Vamos fazer reunião na minha casa para planejarmos como reivindicar nossos direitos!
Chegando a sua moradia, a formiga disse à sua esposa:
-Você já preparou meu jantar?
-Não, precisei limpar a casa!
-Sua incompetente! Não faz nada direito?
-Querido, é muito trabalho. Não posso cuidar de tudo sozinha!
-Ora, eu sustento este lar, entendeu? Você deve cuidar dele direito e obedecer às minhas ordens! Eu que mando aqui! E, entre as minhas ordens, quero que meu jantar esteja pronto quando eu chego!
-Tenho muito trabalho.
-Onde você trabalha?
-Não seja injusto! Eu cuido da casa e dos nossos filhos e faço sua comida!
-Mas é tão incompetente que não cuida de tudo em tempo!
Um barulho fez a operária se voltar para trás e ver seus colegas de trabalho. Eles haviam ido à reunião e disseram:
-O que é isso, amigo? Você vive dizendo que as exigências que nos fazem são injustas e que devemos lutar por justiça porque estamos sobrecarregados de trabalho? Você quer a justiça mas não a pratica na sua própria casa?
Moral: Muitos são os que não praticam o que dizem.