O HOMEM A SOPA E O BRASIL
Um pobre viajante, tendo saído de seu casebre por querer conhecer o mundo, resolveu caminhar em busca de lugares mais bonitos do que os que ele já conhecia.
Os primeiros dias não foram tão difíceis, pois encontrara rios onde beber água e se banhar e as poucas frutas que encontrava à beira do caminho saciavam sua fome.
Mas, parecia a ele que quanto mais andava, menos via aquelas coisas que queria ver, isto é, coisas bonitas e diferentes. Às vezes, ficava meio desanimado, achando que o mar estava tão longe, que ele jamais o encontraria.
Nunca havia visto, mas ouvira alguém contar que barcos e navios deslizavam num mundão de águas azuis. Como gostaria de ver o mar! Aquilo não saía de sua cabeça. Ia assim pensativo, quando avistou uma casinha com uma plantação, uma cerca e alguns animais. Resolveu chegar ali e pedir para descansar e comer alguma coisa.
A família que ali morava era bem humilde, mas ele foi bem recebido pelo marido, a mulher e os dois meninos.
Então, ele começou a falar sobre o que sabia fazer. Uma sopa, por exemplo. De pedras.
-Sopa de pedras? Como é que se faz isso, rapaz?
-Já lhe digo, minha senhora. Lave muito bem lavadas dez pedras aí do quintal. Em seguida ( vocês têm aqui uns pedacinhos de cenoura, alguns temperos, chuchu, batata e aipim com inhame? ),coloque água, um pouco de gordura e esses legumes. Deixe cozinhar. Mas acrescente um pouco de macarrão.
Devo dizer que ele foi perguntando se a mulher tinha aqueles ingredientes, porque ela havia dito que não dispunha de nada pra ele comer. Era uma ocasião em que a terra negara os frutos e estava tudo muito escasso.
Mas, esperto que só ele, fez a mulher pensar que estava fazendo uma simples sopa de pedra quando, na verdade, a sopa ficou foi muito saborosa.
Depois de tirar as pedras da panela, regalou-se com a refeição, enquanto a família olhava.
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Sabendo da esperteza do homem vindo de terras longínquas, e que buscava conhecer mundos novos, fiquei a pensar: Quantos há que usam as artimanhas inesperadas para enganarem os ingênuos e os que, sem qualquer malícia., vão acreditando e cedendo, até que o astuto atinja exatamente tudo o que quer? São capazes até de torcer os dados e tentar reverter uma situação adversa pra eles, muitas vezes, conseguindo. Graças aos que, desatentos e incautos, se deixam cair nas suas estratégias maliciosas, tais como, os artifícios dos bruxos. Não tem nada de engraçado ouvir certos discursos.
Tentativa bem pensada pra trazer o movimento de manifestação das ruas para o seu lado. Mas, como? Se é justamente contra a corrupção e suas decorrências que se está gritando? Se é contra o fato de meliantes julgados e condenados, ainda circularem com liberdade?
Há que se ter cuidado para não ficar com as pedras . E deixar para os sabidões, a sopa preparada com os ingredientes conseguidos à custa de muito ardil.