Uma viagem inesquecível - A Grande Aventura - Capítulo 4 - O diário

Pero sentou-se na grande cadeira de madeira maciça que se encontrava em frente à escrivaninha, abriu seu pequeno caderno de anotações, — nunca pensara que ele lhe seria tão útil — molhou a pena que estava ao lado do tinteiro na mesa e pôs-se a escrever, iria relatar os mínimos detalhes daquela viagem.

09 de março de 1500 – Primeiro dia

Posto-me diante deste papel para contar-lhe o que se passa dentro dessa frota à caminho da Índia em busca de especiarias preciosas. Não sei como as pessoas de lá vão reagir à nossa chegada, mas torço para que sejam receptivos e estejam dispostos a contribuir com o desejo de vossa majestade.

Nosso capitão-mor, o senhor Pedro Álvares Cabral encaminhou-me para tal função e pretendo desempenhá-lo o melhor possível, além do que, assim podemos ter um controle de dias passados sem nos perdermos na loucura desta imensidão azul e, embora tenhamos deixado o porto há pouco mais de uma hora, já sinto saudades de casa e de minha doce Isabel. Fico me perguntando o que dissera para sua mãe para conseguir ir se despedir de mim, ela parecia tão chorosa, espero que esteja bem. Quero voltar logo para poder dar-lhe a vida que merece longe daquela bruxa a qual ela chama de mãe.

Sinto-me tão feliz pelos últimos acontecimentos que chego a ter medo de que seja tudo um grande sonho.

Nesta segunda-feira maravilhosa, o sol está forte e não aparenta chover, são poucas às nuvens presentes no céu e estão todas claras, o que provavelmente vai facilitar nossa jornada se continuar assim. Temos um total de mil e quinhentos homens à bordo divididos em treze navios e tudo indica que nosso objetivo tem uma probabilidade imensa de dar certo e, sinceramente, estou confiante que dará.

Os homens lá fora já começam seus afazeres, cada qual em suas respectivas funções conforme lhes foi imposto pelo imediato e, embora não tenha muito que dizer, achei coerente relatar que já partimos de Lisboa. Não sei quando voltaremos, bem como o que nos espera pela frente e o que encontraremos, a ansiedade aflora em meu sangue e acredito que muitos estão com medo do desconhecido, contudo estamos dispostos a enfrentar todos os mistérios que o mar guarda para seus navegantes em nome do Rei.

Deixo aqui meu pequeno relato, que Deus nos proteja.

continua...

Jéssica Curto
Enviado por Jéssica Curto em 04/07/2013
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