O ataque dos macacos-pregos.

Numa fazenda na localidade de Tito, havia um agricultor que diante da perspectiva de um bom inverno começou a preparar o roçado de milho e feijão. Com muito trabalho e diligência, derrubou a mata e queimou-a, deixando o terreno no ponto, pronto para o plantio. Com a chegada do inverno plantou, esperançoso. Como parte do processo para colheita daqueles cereais. O agricultor fez o que se chama “limpa”, retirou à enxada o mato que nascia à medida do florescimento da plantação.

A expectativa da safra era boa. O milho crescia o feijão floria, mas para a preocupação do agricultor um bando de macacos-pregos começou de longe a observar o trabalho e, diante da perspectiva de comida fácil e farta, passou atacar a plantação. A tática era impressionante. Os símios esperavam que o agricultor se ausentasse da roça para, então, quebrar o milho. Um deles ficava no ponto mais alto e vigiava, enquanto os companheiros desciam para realizar o saque.

Diante das perdas diárias, o agricultor resolveu espantar todos os macacos do roçado dele.

Saiu à noite de casa, numa madrugada de lua cheia, buscando flagrar o bando. Sem que o vigia percebesse e desse por conta dele, para avisar aos demais, ele se escondeu no meio do que restava do milharal e, quieto como uma pedra, viu amanhecer e a chegada do bando. Deixou os macacos à vontade esperou que tudo fosse preparado, mantendo a calma diante da indignação; viu o vigia posicionar-se no alto de um Pau-Branco e acompanhou toda movimentação do bando rumo ao roçado. Quando percebeu que os macacos-pregos já estavam carregando o milho em atilho no rabo para fora da plantação rumo à mata, com as mãos já livres para segurar os cipós, levantou-se dizendo um palavrão, atirou para o alto e espantou todo o bando. A debandada foi geral e, com pouco mais de meia-hora, ouviu-se dentro da mata apenas os gritos desesperados do macaco que não avisou a tempo a presença do agricultor no meio do milharal.

MORAL: O galo canta. O macaco assovia. O pau canta no espinhaço do vigia.