O SOL
São dez pra seis. O dia formalmente despediu-se com festa, mas o sol gostou do sarau e adentrou noite afora. Quis fazer companhia aos mortais terráqueos, fez poemas para as estrelas, tirou a lua a bailar galanteios de cunho eróticos, puro galanteios para a lua, enquanto dançava.
O dia não gostou do lirismo, da audácia... Fez a chuva acreditar que a festa era pra ela, adornada de vermelho e cinza, fez uma entrada de atriz, encobriu o pobre sol sem modéstia ou discrição. Fez do mundo o seu salão. Dançou com todos, menos com o sol que se foi para voltar com seu amigo dia-a-dia.
Por Paulo Siuves