A LARANJA DE UMBIGO

Era uma vez uma laranja de umbigo. Ela olhava as outras laranjas e admirava a semelhança entre as mesmas. Sentia-se diferente. Custava a entender porque havia nascido ela, e logo ela, com aquele umbigo. As outras laranjas, por sua vez, admiravam a sua genuinidade, e... sim! o seu umbigo! Ela relutava em acreditar que as tais pudessem sinceramente encontrar de fato alguma beleza, naquilo que pra ela, era uma aberração, um castigo, o qual, porém, não conseguia encontrar motivos para tanto, e culpava a vida por aquela injustiça pessoal . Depois de muito sofrer, e se vitimizar por conta do fardo, um belo dia, se deparou com uma laranja que nunca havia visto nos arredores, e sim! era uma laranja de umbigo! Essa laranja, porém, demonstrava uma satisfação consigo mesma, incompreensível aos olhos da nossa laranja de umbigo primeira. Passado o susto, curiosa, resolveu aproximar-se da sua semelhante, e perguntou: como pode se sentir tão bem, sendo tão diferente das outras? A laranja então respondeu: Não vejo a diferença, vejo o meu umbigo! A laranja não convencida exclama: Mas é justamente o seu umbigo a diferença! A outra então prossegue: Essa é a diferença entre nós! A laranja então retruca: E qual a semelhança? A outra laranja diz: A semelhança é que nenhuma de nós tem o mesmo tom de laranja.